ATA DA CENTÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 26.11.1997.

 


Aos vinte e seis dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Eliseu Sabino, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Paulo Brum, Renato Guimarães e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Motta, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol e Sônia Santos. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Centésima Quinta Sessão Ordinária e da Trigésima Terceira e da Trigésima Quarta Sessões Solenes, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pela Vereadora Clênia Maranhão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 206/97 (Processo nº 3530/97); pelo Vereador Carlos Garcia, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Fernando Záchia, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador Gilberto Batista, 01 Pedido de Providências; pela Vereadora Tereza Franco, a Indicação nº 132/97 (Processo nº 3524/97). Ainda, foram apregoados os Ofícios nºs 528 e 529/97, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando os Projetos de Lei do Executivo nºs 58 e 59/97 (Processos nºs 3563 e 3564/97, respectivamente). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 525/97, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 204 e 333/97, do Senhor Hunder Everto Corrêa, Presidente Regional da Liga de Defesa Nacional; 244/97, do Coronel José Dilamar Vieira da Luz, Comandante-Geral da Brigada Militar; 524/97, do Senhor Caio Tibério da Rocha, Presidente da EMATER/RS; 1320/97, do Senhor Martim Saraiva Barboza, do Gabinete do Vice-Governador do Estado do Rio Grande do Sul; 2716, 2775 e 2777/97, do Senhor Gilberto Mussi, Chefe da Casa Civil Adjunto do Estado/RS; s/nº, do Senhor Mauro Salles Machado, Coordenador do Departamento de Saúde do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região; Convites: do Comando Militar do Sul, para a cerimônia em comemoração ao Dia da Bandeira; da Casa de Cultura Mário Quintana, para o coquetel de lançamento do livro "Pátria, Poesia e Constituição", do Senhor Sílvio Marques Dias Neto; do Deputado João Luiz Vargas, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, para as solenidades de Instalação da Assembléia Legislativa do Estado e para a Abertura da Sessão Plenária, em Torres/RS; da Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul - FEDERASUL, para a reunião-almoço "Tá na Mesa", com o palestrante Gesner Oliveira, Presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica - CADE; do Senhor José Luiz Marzullo Patella, Presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz - IRGA, para a solenidade de posse de seus Diretores Administrativo e Técnico-Agrícola; da Senhora Wrana Maria Panizzi, Reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, para o recital do flautista Hans-Joachim Fuss; Cartão do Senhor João Carlos Brum Torres, Secretário da Coordenação e Planejamento do Estado/RS; Impressos: da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC/RS, encaminhando seu boletim "Informação, nº 76"; da Caixa Econômica Federal - CEF, encaminhando a publicação "Plano de Ação 1997"; da Universidade Luterana do Brasil - ULBRA, encaminhando exemplar de seu periódico "Revista da ULBRA, nº 16". A seguir, o Senhor Presidente registrou a transferência, para data a ser definida posteriormente, da Tribuna Popular marcada para hoje pela Associação Comunitária 24 de Junho - Jardim Leopoldina II. Após, constatada a existência de "quorum", foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Paulo Brum, solicitando alteração na ordem dos trabalhos, passando-se ao período de GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado a comemorar o trigésimo quinto aniversário da Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil - ADVB/RS, nos termos do Requerimento nº 284/97 (Processo nº 3457/97), de autoria do Vereador Clovis Ilgenfritz. Compuseram a Mesa: o Vereador Clovis Ilgenfritz, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Ricardo Gothe, representando o Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor Daniel Tevah, Presidente da Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil - ADVB/RS; o Senhor Gunther Staub, Secretário Estadual de Turismo/RS; o Senhor Hermes Ribeiro de Souza Filho, Diretor-Secretário da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul; o Vereador Paulo Brum, 1º Secretário da Casa. Também, foi registrada a presença do Senhor Dario César Bertói, Presidente do Diretório Municipal do PSDB. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Clovis Ilgenfritz declarou a justeza da presente homenagem, afirmando representar ela o reconhecimento da Cidade ao trabalho dos integrantes da ADVB em prol do desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul. Após, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças dos Senhores Peter Wilms, Dante D'Angelo e Teobaldo Pilger, respectivamente, Vice-Presidente, primeiro Presidente e ex-Diretor da ADVB; dos Senhores Alberto Martins Bentrano e Mércio Tumelero. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Antonio Hohlfeldt analisou a importância da participação de entidades privadas em projetos culturais, saudando a ADVB pelo transcurso de seus trinta e cinco anos de atuação em benefício do povo gaúcho. Na ocasião, o Senhor Presidente apregoou Requerimento do Vereador Renato Guimarães, solicitando, nos termos do § 6º do artigo 218 do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para o Vereador Décio Schauren, <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>nos dias vinte e sete e vinte e oito de novembro do corrente, e declarou empossada na vereança a Suplente Maristela Maffei, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Ainda, foi registrada a presença do Arquiteto Jorge Debiage e da Senhora Ana Lúcia D'Angelo, filha do Senhor Dante D'Angelo. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Carlos Nedel discorreu sobre a atuação da ADVB no Estado do Rio Grande do Sul, declarando ser essa Entidade responsável por grandes transformações sociais e culturais, prestando, através de seus cursos de capacitação profissional, importantes serviços à comunidade. O Vereador Nereu D'Ávila salientou que a ADVB merece o reconhecimento de todos, independentemente de ideologia partidária, por realizar atividades que viabilizam um concreto e positivo crescimento do Estado. O Vereador Isaac Ainhorn relembrou o início das atividades da ADVB, registrando a inauguração da nova sede dessa Entidade e ressaltando representar esta um espaço cultural do município de Porto Alegre a ser usufruído por toda a população. O Vereador Adeli Sell, salientando a repercussão e a seriedade dos debates promovidos pela ADVB/RS, analisou as parcerias que a mesma promove junto ao poder público e solicitou a realização de atividades que contribuam para o desenvolvimento do turismo na capital gaúcha. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Daniel Tevah, que, em nome da Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil - ADVB/RS, agradeceu a homenagem prestada pela Casa. Após, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos e declarou suspensos os trabalhos às quinze horas e vinte e três minutos, sendo os mesmos reabertos, constatada a existência de "quorum", às quinze horas e vinte e sete minutos. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Isaac Ainhorn solicitou esclarecimentos à Bancada do PT acerca de informações recebidas de que caminhões de lixo da Prefeitura Municipal de Alvorada estariam sendo consertados junto ao Departamento Municipal de Limpeza Urbana de Porto Alegre, destacando que tal contraria a Lei Orgânica e que encaminhará Pedido de Informações ao Executivo Municipal acerca do assunto. O Vereador Renato Guimarães manifestou-se acerca do protesto "A Marcha dos Sem", a ser realizado dia vinte e oito de novembro do corrente, como forma de registro de contrariedade frente à política neoliberal do Governo Federal, defendendo a participação do Município de Porto Alegre neste movimento. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou o recebimento de telefonemas de telespectadores da TV - Câmara Municipal de Porto Alegre, congratulando-se com o início da transmissão dos trabalhos deste Legislativo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão, discorrendo sobre o quadro de violência contra as mulheres hoje observado no País, relatou dados obtidos junto às Delegacias de Mulheres e a relatórios da Polícia Civil, salientando a importância dos movimentos em defesa das garantias de políticas públicas de proteção às mulheres. A Vereadora Tereza Franco manifestou seu agradecimento ao Secretário Municipal dos Transportes de Porto Alegre, pela atenção com que tratou de reivindicação dos estudantes do Campus Agronomia da UFRGS, de implantação de transporte de lotação naquela área. Em prosseguimento, o Senhor Presidente convidou o Senhor Dario César Bertói, Presidente do Diretório Municipal do PSDB, a integrar a Mesa dos trabalhos. Após, através de Questões de Ordem, o Vereador Luiz Braz congratulou-se com o Vereador Pedro Ruas por sua eleição para o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e com os Senhores Luíz Carlos Levenzon e Valmir Batista, por suas eleições para a Direção dessa Ordem. Também, o Vereador Reginaldo Pujol congratulou-se com o Vereador Pedro Ruas, por sua eleição. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Dario César Bertói, que saudou os Senhores Vereadores, registrando a constituição formal do Diretório do PSDB na Cidade. Na ocasião, o Vereador Reginaldo Pujol saudou a presença do Senhor Dario César Bertói. Após, o Vereador Paulo Brum formulou Requerimento verbal, adendado pelo Vereador Juarez Pinheiro, solicitando alterações na ordem dos trabalhos, o qual foi posteriormente retirado pelo Autor. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Anamaria Negroni teceu considerações acerca das eleições para a presidência do Diretório Municipal de Porto Alegre do PSDB, das quais resultou vitorioso o Senhor Dario César Bertói, discorrendo sobre o trabalho realizado por este político e declarando que seu Partido sai fortalecido com a escolha efetuada. Após, foi apregoada a Emenda nº 02, de autoria do Vereador Fernando Záchia, ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/97 (Processo nº 2440/97). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Hélio Corbellini teceu considerações acerca do Congresso Nacional do PSB, a ser realizado dias vinte e oito a trinta de novembro do corrente, em Brasília. Salientou a importância de movimento pela paz criado em São Paulo, analisando questões referentes à segurança pública e afirmando a necessidade de participação de todos, independentemente do Partido que integrem, na busca de soluções que garantam maior segurança para a população. Na ocasião os Vereadores Pedro Américo Leal, Cyro Martini, Maria do Rosário e Reginaldo Pujol manifestaram-se acerca do pronunciamento do Vereador Hélio Corbellini e acerca da Comissão constituída na Casa para recolher informações e sugerir providências a fim de prestar ampla ajuda e apoio às instituições policiais na preservação da segurança pública (Processo nº 1512/97). Também, o Senhor Presidente prestou informações acerca de medidas de segurança tomadas pela Mesa Diretora. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 09/97, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 201 e 202/97, o Projeto de Resolução nº 34/97; em 3ª Sessão, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 193/97, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 06 e 198/97, este discutido pelos Vereadores Cyro Martini e João Dib, o Projeto de Lei do Executivo nº 56/97, este discutido pelos Vereadores Adeli Sell, João Dib, João Carlos Nedel e Antonio Hohlfeldt, os Projetos de Resolução nºs 35 e 36/97. Na ocasião, o Senhor Presidente destacou a necessidade dos oradores da tribuna aterem-se aos assuntos constantes da Pauta desta Sessão. A seguir, constatada a <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Após, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Juarez Pinheiro, solicitando alteração na ordem de votação da matéria a ser apreciada, por dezesseis votos SIM, dez votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro, Reginaldo Pujol, Luiz Braz e João Dib, tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Gerson Almeida, votando Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Renato Guimarães e Maristela Maffei, votando Não os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Reginaldo Pujol e Tereza Franco e optando pela Abstenção os Vereadores João Dib e Pedro Américo Leal. Na oportunidade, o Senhor Presidente, respondendo a Questões de Ordem dos Vereadores Isaac Ainhorn, Gerson Almeida e Antonio Hohlfeldt, prestou esclarecimentos acerca do Requerimento acima referido e da ordem dos trabalhos da presente Sessão. Também, os Vereadores Luiz Braz e João Motta manifestaram-se acerca da autoria do Requerimento que solicitou a aplicação do artigo 81 da Lei Orgânica Municipal no referente ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 03/97. Após, foi aprovado Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, a partir da dezessete horas e quarenta e quatro minutos, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Gilberto Batista, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Em Discussão Geral e Votação Nominal foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 21/97, considerando-se rejeitado o Veto Total a ele aposto, por dezessete votos SIM e quatorze votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol, Maria do Rosário, José Valdir e João Dib e encaminhado à votação pelos Vereadores Juarez Pinheiro, Anamaria Negroni, João Dib, Carlos Garcia e Reginaldo Pujol, votando Sim os Vereadores Anamaria Negroni, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sônia Santos e Gilberto Batista e Não os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Renato Guimarães e Maristela Maffei. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 21/97, os Vereadores Luiz Braz e Fernando Záchia cederam seus tempos de discussão ao Vereador Isaac Ainhorn, e o Vereador Eliseu Sabino cedeu seu tempo de discussão para o Vereador Reginaldo Pujol. Na ocasião, o Senhor Presidente, respondendo a Questão de Ordem do Vereador Isaac Ainhorn, prestou esclarecimentos acerca dos Vereadores que discutiram o Projeto de Lei do Legislativo nº 21/97 na Sessão anterior; respondendo a Questões de Ordem dos Vereadores Isaac Ainhorn, Anamaria Negroni e Maria do Rosário, prestou esclarecimentos acerca do andamento dos trabalhos da presente Sessão e da viabilidade de realização de Sessões Extraordinárias nos dias vinte e oito, vinte e nove e trinta de novembro do corrente. Também, registrou que a legislação sobre crematórios existente em Porto Alegre foi aprovado em mil novecentos e sessenta e sete, sendo de autoria do Vereador Adel Carvalho, sancionado pelo Prefeito Célio Marques Fernandes. Ainda, os trabalhos estiveram suspensos, nos termos regimentais, das dezessete horas e trinta e quatro minutos às dezessete horas e trinta e cinco minutos e foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais. A seguir, foram apregoadas a Emenda nº 15, de autoria do Vereador Nereu D'Ávila, e a Subemenda nº 01 à Emenda nº 04, de autoria do Vereador Antonio Hohlfeldt, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 42/97 (Processo nº 3033/97), e a Emenda nº 03, de autoria do Vereador João Carlos Nedel, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/97 (Processo nº 2440/97). Em Discussão Geral e Votação Nominal foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 186/97, por vinte e cinco votos SIM, após ser discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Cláudio Sebenelo, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Hélio Corbellini, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos e Gilberto Batista. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 43/97, após ser discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol e encaminhado à votação pelo Vereador Luiz Braz. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 44/97, por dezesseis votos SIM, após ser discutido pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Luiz Braz e encaminhado à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol, Fernando Záchia, Luiz Braz, Elói Guimarães, Hélio Corbellini e Gerson Almeida, tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Pedro Ruas, votando os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cyro Martini, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Ruas, Renato Guimarães e Maristela Maffei. Na oportunidade, o Vereador José Valdir formulou Requerimento verbal solicitando pesquisa acerca da existência ou não de casos de rejeição de Projeto Orçamentário do Município na Casa, o qual foi retirado posteriormente pelo Autor, tendo os Vereadores Fernando Záchia e Elói Guimarães manifestado-se, através de Questões de Ordem, acerca deste Requerimento do Vereador José Valdir. Também, através de Questão de Ordem, os Vereadores Hélio Corbellini e Reginaldo Pujol manifestaram-se acerca do Projeto de Lei do Executivo nº 44/97. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 45/97, por dezesseis votos SIM, após ser discutido pelo Vereador Adeli Sell, tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Clovis Ilgenfritz, votando os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Pedro Ruas, Renato Guimarães, Gilberto Batista e Maristela Maffei. Na ocasião, respondendo a Questão de Ordem do Vereador Pedro Ruas, o Senhor Presidente informou não existirem Emendas apostas a este Projeto. A seguir, constatada a inexistência de "quorum" deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos às vinte horas, convocando os Senhores Vereadores para Sessão Extraordinária a ser realizada amanhã, às quatorze horas. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e Guilherme Barbosa. Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Damos por abertos os trabalhos da presente Sessão.

A Mesa informa aos Srs. Vereadores que sobre a Tribuna Popular de hoje houve uma forte contestação de um grupo de moradores do Jardim Leopoldina II, o atrito tornou-se difícil de ser solucionado. Por isso a Mesa resolveu que esta Tribuna Popular de hoje vai ser transferida para um outro dia, porque precisa haver um acerto entre as partes. É que uma parte da Associação pede, e foi deferido, e a outra parte da Associação contesta. E não houve acordo entre as partes, até para usar meio a meio o tempo. Vamos fazer um outro dia a Tribuna Popular, sem prejuízo.

 

O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Eu gostaria de chamar a atenção da Associação 24 de junho de que o Decreto 9810, de autoria de S. Exa. o Prefeito Olívio Dutra, de 21 de setembro de 1990, institui a Tribuna Popular na frente da Prefeitura feitas quinzenalmente às quintas-feiras na Praça Montevidéu das 12h às 13h30min e das 18h às 20h. Eu gostaria que a população tivesse conhecimento de que existe essa viabilidade.

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): A Mesa entende que V. Exa. fez uma comunicação e ela já foi anotada, embora seja anti-regimental, porque V. Exa. utilizou a tribuna para avisar uma entidade de uma coisa que ela teoricamente sabe.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO (Paulo Brum - Requerimento): Tendo em vista que o período do Grande Expediente de hoje é destinado a comemorar o 35º aniversário da Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil - ADVB/RS - nos termos do Requerimento 284/97 de autoria do Ver. Clovis Ilgenfritz, e tendo em vista que os homenageados já se fazem presentes, eu requeiro que seja invertida a ordem dos trabalhos e que passamos, imediatamente, ao período do Grande Expediente.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Paulo Brum. Os Vereadores que o aprovam permaneçam como estão. (Pausa.) APROVADO o Requerimento.

Convidamos para compor a Mesa, além deste Presidente e do Secretário Paulo Brum, o representante do Sr. Prefeito de Porto Alegre Sr. Ricardo Gothe; o Exmo. Presidente da Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil, Daniel Tevah; o Ilustre Secretário Estadual de Turismo Sr. Guinther Staub; Diretor-Secretário da FARSUL Sr. Hermes Ribeiro de Souza Filho. O Ver. Antonio Hohlfeldt, Líder do PSDB, informa que está presente, entre nós, o novo Presidente Municipal do PSDB, eleito no último domingo, o Dr. Dario Bertói. Seja bem-vindo à Casa e fique conosco, assistindo o nosso trabalho e o trabalho dos Vereadores de sua Bancada.

Solicito ao Ilustre Vice-Presidente, Ver. Isaac Ainhorn, que assuma a Presidência dos trabalhos, pois este Vereador, na condição de proponente, fará uma breve saudação.

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: (Saúda os componentes da Mesa.) Senhoras e Senhores Vereadores, também nossos visitantes, eu tenho uma satisfação muito grande por usar do espaço que cada Vereador tem direito durante o ano, no Grande Expediente, para saudar e comemorar algum evento importante.

A sociedade gaúcha, em especial a sociedade porto-alegrense, tenho certeza, concorda comigo, com que esta homenagem que estamos fazendo em tempo de Grande Expediente da Câmara, embora seja uma homenagem, absolutamente, singela sem formalismos maiores, sem aquele tom de uma Sessão Solene; mas, tenho certeza que os 33 Vereadores estamos representando a vontade de cada porto-alegrense de dizer ao nosso ilustre Presidente Daniel Tevah, a sua diretoria da ADVB e a todos os associados que nós temos orgulho da ADVB, que tem sido uma escola de alto nível de qualificação dessas questões importantes da nossa sociedade, que se referem à questão da venda.

Hoje mesmo escutava uma entrevista pela rádio, onde o Sr. Daniel Tevah estava colocando uma série de questões. Em uma delas o entrevistador aconselhava os vendedores, aos homens de negócios que procurassem participar da ADVB, que procurassem chegar mais próximos da sua Entidade, porque ela tinha muito a dar, no sentido de melhorar a relação entre quem vende e quem compra e de ter um outro sentido além dessa simples atitude de passar um produto ao consumidor.

Nós conhecemos o trabalho da ADVB há 35 anos que tem sido um trabalho de estímulo a outros aspectos da nossa produção, do nosso desenvolvimento. Quando estivemos por quase dois anos na Secretaria do Planejamento Municipal, no Governo Olívio Dutra, nós tivemos contato muito próximo, por inúmeras reuniões que realizamos, com a então diretoria dirigida pelo Sr. Nécio Tumelero e aprendemos a entender melhor o trabalho da ADVB. Na época a ADVB aceitou uma sugestão do Governo, que era quase inaceitável se fosse levar em consideração questões políticas, questões que, há pouco tempo, tinham acontecido. Mas, tanto a ADVB quanto a Bancada do PDT, na época, e os demais Vereadores desta Câmara, com a Prefeitura chegamos a um acordo que, hoje, é motivo de uma festa de inauguração da primeira parte do prédio da ADVB que estava situada em um terreno e foi transferida para outro terreno, nas proximidades da Av. Beira-Rio, da Av. Edvaldo Pereira Paiva, um dos nossos gurus como Arquiteto e Urbanista, que nós prezamos imensamente, um dos pais do Plano Diretor, em todos os tempos, da nossa Cidade.

Hoje, nós teremos a festa da ADVB, e ela vai acontecer graças ao esforço desses empresários, desses dirigentes de vendas que, apesar de não existir mais a Lei de Incentivos que iria ser utilizada para fazer um prédio de grandes proporções e de uma bela arquitetura, hoje, se faz apenas uma parte porque os esforço é próprio, os recursos são próprios e não existe mais aquela condição, que existia até aquela data. Pouco depois, foi extinta a lei que dava condições de incentivo para que todos os Dirigentes de Vendas lançassem recursos, e outros para que a ADVB pudesse fazer esse prédio. Não preparei discurso, penso que não precisava, até porque estamos, aqui, vivendo momentos de grande intensidade, com muitas coisas a serem feitas, de votação do Orçamento, de processos que são polêmicos, e no fim do ano que se afunila. Temos poucos dias para votar dezenas de projetos. A cerimônia ficou, nesta circunstância, cingida a um processo mais simples, mas que vai do fundo do nosso coração, tenho certeza.

Um abraço a Daniel Tevah, Presidente, aos seus colegas de Diretoria, um abraço aos ex-Diretores, na pessoa do meu amigo Mércio Tumelero, um abraço a todos os Dirigentes de Vendas, um abraço a Porto Alegre por ter uma entidade tão forte e tão bonita.

Ontem eu tive a oportunidade de dizer que nós nos orgulhávamos da VARIG, porque inauguramos aqui - por proposta da Vera. Clênia Maranhão - uma exposição magnífica sobre os 70 anos da VARIG e 100 anos do nascimento do seu fundador. Assim como a VARIG, outros setores da nossa sociedade nos orgulham, um deles é a Tevah e a ADVB. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Agradecemos ao Ver. Isaac Ainhorn que substituiu este Presidente na Mesa. Dando seqüência a esta homenagem, consideramos, com muita satisfação, como extensão da Mesa, o Vice-Presidente da ADVB, Sr. Peter Wilms; o Sr. Dante D'Angelo, primeiro Presidente da ADVB; Sr. Teobaldo Pilger, Ex-Diretor da ADVB; Sr. Alberto Martins Bentrano, e o Sr. Mércio Tumelero, que já foi citado.

Parabéns a todos. Imagino o primeiro Presidente assistindo aos 35 anos, acho que é uma dupla satisfação, ter sido presidente e estar aqui nesta data.

Temos a inscrição do Ver. Paulo Brum, que cede seu tempo ao Ver. Antonio Hohlfeldt. O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente da Casa, Ver. Clovis Ilgenfritz, quero, em primeiro lugar, agradecer ao Ver. Paulo Brum esta oportunidade que me dá de falar em meu nome pessoal e dos meus companheiros de Bancada, Ver. Cláudio Sebenelo, que estará logo chegando à Sessão, e Vera. Anamaria Negroni. Quero, também, se o Ver. Paulo me permitir, falar em seu nome, deixando, evidentemente, o Líder do PTB livre para depois se manifestar. Quero saudar aqui o Sr. Ricardo Gothe, na representação do Sr. Prefeito Municipal, o Secretário de Turismo do Estado, Günther Staub, o Secretário da FARSUL, Sr. Hermes Ribeiro de Souza Filho, o meu querido Dante D'Angelo, a quem quero saudar não pela ADVB apenas, mas sobretudo como jornalista, colunista do Correio do Povo ao longo de tantos anos e com quem tive o prazer de conviver naqueles bons tempos de redação. Quero saudar o meu prezado amigo Mércio Tumelero e, através dele, os demais companheiros da ADVB, assim como o meu Presidente do Diretório Municipal do PSDB, Dr. Dario Bertói, que hoje faz visita à Casa.

Esta comemoração, 35 anos da ADVB, na Casa Legislativa de Porto Alegre, é extremamente oportuna, porque a data foi escolhida exatamente no momento em que a ADVB inaugura parte das suas instalações próprias, e, para mim, uma parte muito especial. O Dr. Tevah sabe que, como profissional da comunicação, tenho estado ligado permanentemente às questões da cultura do Município e do Estado do Rio Grande do Sul. Então, quando se inaugura antes que tudo o centro cultural da ADVB, só posso ficar satisfeito.

Os jornais de hoje registram a inauguração, também, da Casa 26, outro Centro Cultural particular. Amanhã, teremos a abertura do Policentro Cultural do Cinema Capitólio, que resulta de um acordo com a Prefeitura Municipal, mediada por esta Casa, Projeto do qual o Ver. Clovis foi um dos articuladores e eu o Relator. Porto Alegre vai, portanto, ganhando, gradualmente, espaços fundamentais na área da cultura, espaços que respondem a uma preocupação que me parece básica para o futuro da Cidade, que quer ser não apenas um ponto de passagem dos projetos no espaço Mercosul, mas um espaço real de parada. Nesse sentido, a Bienal do Mercosul que está aqui em desenvolvimento até o final do mês, e sobre a qual assistimos, há poucos dias atrás, o depoimento do Dr. Verlang, o depoimento do Secretário de Cultura do Estado, o Dr. Boeira, é um dos tantos incrementos a esse conjunto de atividades que se desenvolve.

Acho que a ADVB, que trabalha com os vendedores, com a área de vendas do Brasil, especificamente do Rio Grande e de Porto Alegre, não poderia escolher melhor a sua atenção e a sua ênfase do que na questão da cultura. A cultura é também um produto. Muitas vezes um produto intangível, incomerciável, mas é também, sem dúvida alguma, em um sistema concretamente capitalista no qual vivemos, um produto que pode ser comprado e vendido. Eu diria que deve ser comprado e que deve ser vendido.

Aproveito, Dr. Vitor Straub, a proximidade com evento significativo na área da cultura, que é no próximo domingo, o concerto de Carreras, nas Missões, para lembrar as diferenças de tratamento que, infelizmente, ainda temos no Brasil e nos países do MERCOSUL. Quando chegamos em São Miguel, para não falar em São João Batista ou São Lourenço, ainda encontramos uma oferta muito tímida, muito pequena de produtos de turismo em torno do monumento magnífico que é São Miguel. Se atravessarmos a fronteira e chegarmos a San Ignacio Mini, encontramos um complexo turístico fantástico, que se desdobra em outros tantos pequenos complexos de outras pequenas réstias das antigas Missões Jesuíticas, que se encontram em estado tão calamitoso quase quanto São Lourenço e São João Batista no Rio Grande do Sul, mas que encontraram, na Argentina, um apoio por parte do Governo, que fez, inclusive, acordos fantásticos com a Espanha e Alemanha, no sentido de aí implantar centros hoteleiros e de comércio. O Paraguai vai pelo mesmo rumo, e quando se chega a Menino Jesus, que é a outra grande ruína que se tem nas Missões, encontramos um movimento crescente que deverá melhorar depois que se asfaltar a estrada que dá acesso àquela ruína. Essa composição nos dará fantástico incremento ao turismo. Isso é um produto que se compra e se vende em pacotes turísticos.

A ADVB, que trabalha com o comércio da nossa Cidade e do nosso Estado tem agora oportunidade de assumir um espaço com a contribuição de empresários, de assumir uma liderança em propostas dentro da política cultural na Cidade de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul e o faz no momento preciso da comemoração dos seus trinta e cinco anos. Nenhum momento seria mais oportuno do que este. É nesse sentido, Sr. Presidente e Srs. Vereadores que devemos, aqui, registrar a história da ADVB, de um lado, com a iniciativa dos seus cursos, com o aprimoramento dos comerciários, com o preparo dos empresários, com a participação efetiva em planejamento e administração da coisa pública, porque é sobre ela que incide, também, a coisa privada, que são os negócios dos empresários de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, mas, também, da coisa cultura que para nós é a questão fundamental.

Então, ao Dr. Tevah a minha saudação e, através dele, a todos os nossos amigos dirigentes da ADVB, e a todos os comerciantes desta Cidade. Saibam que implementar o processo cultural da Cidade dá, sim, retornos magníficos em nível de comércio, em nível de ICM, em nível de ampliação das atividades da Cidade. Nenhuma atividade maior do que a cultura e, por conseqüência o turismo, nos permite trazer pessoas a uma cidade. O comércio é uma conseqüência, pois as pessoas que aqui chegarem para assistir alguma coisa, ou participar de um processo vão, evidentemente, nos seus tempos de folga e de lazer, visitar o comércio. Ali, mesmo, nos locais das atividades vão deixar o seu dinheirinho e isso gera todo um movimento dinâmico na Cidade.

Portanto, os meus parabéns à ADVB, que tem sabido mostrar qualificação e preocupação de unificar empresários de um lado e trabalhadores de outro, porque isso resulta numa qualificação total. Meus parabéns muito especiais por essa iniciativa de, ao inaugurar a sede da ADVB, inaugurar, sobretudo, o complexo cultural. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Informamos que o Ver. Décio Schauren está em Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje. Assume a vereança a suplente Maristela Maffei, em substituição. A Vereadora integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes.

Temos também a satisfação de dizer que aquela bela arquitetura a que referi no meu discurso foi feita por um arquiteto que está presente e que também participa da equipe de técnicos desta Casa, dando assessoria ao Plano Diretor, meu colega Jorge Debiagi.

Queremos registrar a presença da Ana Lúcia D'Ângelo, nossa amiga e filha do Sr. Dante D'Ângelo, que veio aqui "corujar" o pai.

Está com a palavra o Ver. João Carlos Nedel, por cedência de tempo do Ver. Pedro Américo Leal.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: (Cumprimenta os componentes da Mesa.) Com muita honra falo pela minha Bancada, o Partido Progressista Brasileiro, composta também pelos Vereadores João Antonio Dib e Pedro Américo Leal; pela Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, Vereadores Luiz Braz, Sônia Santos, Paulo Brum, Tereza Franco e Eliseu Sabino; pela Bancada do PMDB, Vereadores Luiz Fernando Záchia e Clênia Maranhão e, pela Bancada do PPS, nosso Ver. Lauro Hagemann.

Hoje a Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil, ADVB-RS, completa 35 anos de fundação. Por ser uma das entidades mais atuantes do Rio Grande do Sul, trouxe imensa contribuição na formação de uma nova cultura empresarial, preparando empresários, profissionais e organizações para uma nova realidade de mercado sintonizada com o novo milênio que se aproxima. Foi na ADVB que ouvi falar pela primeira vez a palavra "marketing". Foi também na ADVB que, num Seminário - e o Presidente daquela época, Sr. Günther Staub, aqui se encontra - conclui-se que o gaúcho é forte em produzir, em administrar, mas tem imensas dificuldades em comercializar. Por isso que a ADVB em seus cursos de capacitação dá ênfase à comercialização, ao "marketing". Com imensa satisfação recordo que, na década de 70 e início dos anos 80, tive a honra de participar, durante 8 anos, da Diretoria da ADVB, prestando minha colaboração na área financeira, nas gestões dos Presidentes Günther Staub e Reny Renato Jaeger.

Quero com muita honra homenagear todos os presidentes da ADVB desde o seu primeiro Presidente Dante D'Ângelo que aqui se encontra e, após, Obed Vargas, João Otto Klepzig, Günther Staub, Reny Renato Jaeger, Daltro Franchini, Otávio Gadret, Nelson Sirotsky, Mércio Tumelero, Alfredo Tellechea, Renato Malcon, Ricardo Vontobel e o atual Daniel Tevah.

A todos minhas homenagens e o agradecimento da Câmara Municipal de Porto Alegre pelos imensos serviços prestados para o bem da sociedade.

Destaco o papel fundamental que desempenharam na época em que convivi mais de perto com a ADVB os Superintendentes Heitor Kraemer e José Américo.

Gostaria de ressaltar a imensa contribuição da ADVB à causa da educação pois através de seus cursos de capacitação prepara, e até especializa, profissionais para as mais diversas áreas. Enfatizo ainda os inúmeros eventos e prêmios instituídos pela ADVB, tais como o Congresso Internacional de Marketing, o Congresso de Vendas, o Prêmio Exportação, o Top de Marketing em “Agribusiness”, Os Melhores Vendedores do Ano, Top de Marketing e agora o lançamento do Top Universitário.

Por fim, desejo cumprimentar o Presidente Daniel Tevah por conseguir realizar o sonho de todas as Diretorias da ADVB, que é a sede própria que hoje se inaugura.

Gostaria que "gerar idéias e oportunidades que estimulem o desenvolvimento de uma cultura empresarial, que valorize empreendedores e profissionais, impulsione negócios e contribua para evolução da comunidade", que é a missão da ADVB, fosse também o objetivo de cada um de nós. Parabéns, ADVB. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Nereu D'Ávila, Líder do PDT, está com a palavra no tempo que lhe cede o Ver. Pedro Ruas.

                

O SR. NEREU D’ÁVILA: Sr. Presidente, demais autoridades já nominadas pelos colegas que me antecederam. É evidente que, sendo uma homenagem aos 35 anos da ADVB, eu não poderia deixar de citar nominalmente o seu atual Presidente, Sr. Daniel Tevah, que, ao lado de fundadores, Diretores, ex-Presidentes, está aqui, honrando, nesta tarde, a nossa Sessão. Saudamos a entidade como um todo.

Em nome do PDT, gostaríamos de nos aliar à feliz iniciativa do Ver. Clovis Ilgenfritz, que foi quem propôs esta expressiva homenagem, numa data em que comemoramos, em Porto Alegre, a inauguração de uma sede própria que, sem sombra de dúvida, dá uma conotação de destaque maior ainda a nossa Capital, agora já considerada como Capital do Mercosul.

Cada partido, cada estamento social tem a sua representatividade, tem, inclusive, os seus ideais mas, independentemente de ideologia e conotação político-partidária não há como deixar de reconhecer essa luta de 35 anos feita por homens empreendedores e que lutam pelo progresso do Rio Grande do Sul, que é o objetivo final de todos nós.

Os meus colegas disseram praticamente tudo, em relação à nomes expressivos, inclusive de seus fundadores, que ainda nos privilegiam com a sua presença, e ao trabalho feito por todas as suas Diretorias, culminando, agora, na gestão do Presidente Tevah, com essa construção e com essa realidade. Mas ele mesmo sabe que, sem a luta dos seus predecessores, não chegaria a isso. Ele concorda, assentindo com um gesto de cabeça.

Então, só para não deixar que uma parcela expressiva do nosso Estado, partidariamente falando - o PDT -, ficasse ausente como Bancada, como representatividade nesta homenagem, é que eu venho à tribuna. Quero ratificar tudo o que foi dito e não quero ser repetitivo, mas a nossa presença na tribuna demonstra todo o nosso carinho e a expressão de nossa felicidade, porque, quando qualquer microcosmo econômico do nosso Estado é vencedor, todos os gaúchos são vencedores, toda a sociedade sente-se agraciada por isso. Nesse teor é que a homenagem que o Ver. Clovis Ilgenfritz trouxe para a Câmara, certamente, se estende, hoje, por todos os recantos do Rio Grande do Sul. O Rio Grande está em festa, regozijando-se com os 35 anos bem vividos da ADVB. Felicidades e prosperidade. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra. Ausente. A Vereadora Sônia Santos está com a palavra. Desiste.

A Vereadora Tereza Franco está inscrita, mas cede seu tempo ao Ver. Isaac Ainhorn, que está com a palavra.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente da Câmara, Ver. Clovis Ilgenfritz; Sr. 1º Secretário, Ver. Paulo Brum; Sr. Ricardo Gothe, que representa S. Exa. o Sr. Prefeito Municipal; caro Presidente da ADVB, meu amigo Daniel Tevah; prezado Secretário Estadual de Turismo, Günther Staub; meu caro Diretor-Secretário da FARSUL, Hermes Ribeiro de Souza Filho, que nos prestigia nesta tarde. Há alguns meses tivemos a oportunidade, neste mesmo espaço, de prestar uma homenagem, exatamente, meu caro Tevah, pelo dobro da idade da ADVB, pelos 70 anos que a FARSUL comemorou, e o fizemos com muita satisfação aqui, pela expressão e pela representatividade da que tinha o dobro da idade da que tem os 35 anos.

Eu só fiz questão de usar este tempo, gentilmente cedido pela Ver. Tereza Franco, por uma referência especial, até porque o Ver. Nereu D'Ávila, Líder do PDT, manifestou-se aqui de forma brilhante, fez a saudação merecida a esta Instituição.

Eu queria mencionar que julgo extremamente importante, em primeiro lugar, os 35 anos; em segundo lugar, a coincidência desta data, com a inauguração no dia de hoje do primeiro módulo de 1500m², num total de 10.000m, e lembrar que há dez anos, numa concessão de uso feita pelo Município de Porto Alegre à ADVB, lhe concedia o uso daquela área por sessenta anos.

Vejam como esta integração entre instituições, com inserção e enraizamento da cidade e o Estado, neste momento, expresso pelo Governo Municipal, podem fazer importantes parcerias para a Cidade.

Na época da administração do então Prefeito Alceu Collares, foi celebrado esse contrato de permissão de uso por sessenta anos. Vale dizer que Porto Alegre, dentro de sessenta anos, receberá todo esse patrimônio e acervo para o uso do próprio Município.

Mas eu diria mais, nesses sessenta anos que começam, de trabalho, até pelo convênio assinado de permissão de uso, a Cidade vai poder usufruir deste espaço, está lá no convênio, no acordo celebrado. Só homens de alto espírito público poderiam fazer um convênio desta natureza, reconhecimento de uma instituição que tem inserção, que tem enraizamento, que tem trabalho no contexto da Cidade.

Quero fazer uma homenagem especial, também, neste momento, ao primeiro Presidente da ADVB, Dante D'Ângelo; ao Mércio; ao futuro Vice-Presidente, Peter Wilms, que vai ter tranqüilidade em exercer o seu trabalho na Ipiranga e ser dirigente da ADVB; o trajeto vai ser um pouco mais fácil do que o Daniel Tevah que vai ter que vir da Zona Norte, o Peter vai ter, apenas que atravessar a rua.

Então, há todo um contexto extremamente importante em relação a essa obra, e uma satisfação. O autor do Projeto é o não menos ilustre, consagrado arquiteto, hoje assessorando esta Casa, Jorge Debiagi, que se faz presente nesta homenagem.

Vejam V. Exas. que é o momento maior. E me recordo que há dez anos, quando eu era suplente de Vereador fui lá participar da colocação da pedra fundamental da ADVB. Colocamos, também, a pedra da Pista de Eventos, ali na Augusto de Carvalho, próximo onde está localizada, agora, a sede da ADVB. E essa com todas as dificuldades que sabemos que teve, dos períodos, da conjuntura, conseguiu realizar o seu projeto e hoje está inaugurando, abrindo esse espaço, não só aos seus cursos, mas ao conjunto da sociedade porto-alegrense nesses dez anos que se passaram.

Parabéns ao Daniel. Parabéns ao 1º Presidente da ADVB, Sr. Dante D'Ângelo; ao Mércio; ao futuro Presidente; ao Günther, que também por lá passou. Parabéns a este conjunto de homens que tem o reconhecimento da Cidade de Porto Alegre. A sua história, a sua trajetória, coincide com esses avanços que a Cidade passa a ter, dispondo de mais um espaço. Temos muitas vezes, por incrível que pareça, dificuldades de espaço. E esse será mais um espaço da Cidade de Porto Alegre.

Portanto, parabéns à ADVB e à Cidade de Porto Alegre que ganha, hoje, o primeiro módulo de salas, espaços, auditórios, para os trabalhos da ADVB.

Meus cumprimentos, Daniel Tevah, você que está à frente deste importante projeto que é o tão sonhado e aspirado espaço, a construção da sede da Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil. Muito obrigado. Parabéns a todos nós neste sentido.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra, pela Bancada do PT.

 

O SR. ADELI SELL: (Saúda os componentes da Mesa.) Sr. Presidente, Srs. Vereadores, os colegas que aqui se manifestaram muito bem disseram da importância da ADVB nessa história de 35 anos. Não é uma simples entidade, eu diria que a ADVB já é uma instituição da Cidade de Porto Alegre. Como instituição prestou enormes serviços para pessoas das mais variadas vertentes, interesses e preocupações da nossa Cidade, do comércio ao homem de " marketing ", portanto, cobrindo um grande leque de interesses, preocupações da nossa Cidade, dos homens e mulheres de vendas. Eu quero dizer que esse inestimável serviço prestado até aqui, sem dúvida nenhuma, tenho certeza, continuará no futuro. Continuarão também as várias parcerias já realizadas com o Poder Público, Poder Público Municipal, Estadual e Federal. As importantes palestras e discussões, sistematicamente realizadas sobre os auspícios da ADVB em nossa Cidade, trazendo discussões e temas candentes da conjuntura, debates que, sem dúvida nenhuma, todos aproveitamos e a Cidade ganhou. Os ex-Diretores Tumelero, D'Ângelo, Günther Staub, que já passou pela entidade, prestaram, com sua ousadia, seu trabalho, um inestimável serviço à Cidade. Nesta Casa, neste ano, discutimos vários temas do desenvolvimento econômico e social de Porto Alegre e tenho certeza de que a ADVB continuará essa parceria, falo não só em meu nome como em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, com a Câmara , com a Prefeitura, com as instituições para que alguns temas sejam melhor desenvolvidos.

Eu gostaria de me referir particularmente ao trabalho do Secretário Günther Staub que tem a preocupação de trazer a política do turismo para o lugar que ela merece no Estado. Quero também deixar registrado que ele nunca deixou Porto Alegre fora do Rio Grande do Sul. É um trabalho sério, de parceria e tenho certeza de que vai continuar com a sua experiência, a experiência da ADVB, dos antigos e futuros diretores dessa entidade. Diria, também, que ousamos fazer algumas reivindicações. Nós precisamos, nós necessitamos, que a ADVB esteja na vanguarda do debate sobre o turismo na nossa Cidade. Esta segunda maior indústria do mundo, está Porto Alegre que já abre as portas para dezenas, centenas, milhares de pessoas que vêm de fora, já é a quinta cidade em recepção de turismo, mas com as coisas que estamos fazendo, com o desenvolvimento econômico que estamos tendo na nossa Cidade, e a ADVB está contribuindo, tenho certeza de que vamos ter grandes debates sobre o tema e sobre tantos outros temas do desenvolvimento.

Estamos à beira de um rio, de um lago, de um estuário, é o Guaíba, o transporte, o nosso porto, e recentemente aqui deliberamos favoravelmente a que a Prefeitura trate de uma parceria com o Governo do Estado, afinal também é do Governo Federal a concessão para que o nosso Porto esteja no lugar que ele deve ocupar, na conjuntura econômica desta Cidade. Nós temos grandes indústrias a serem instaladas, temos uma produção que tem que ser mais bem incentivada, que é a nossa produção agrícola, e o nosso Porto poderá ter um papel de projeção na conjuntura desta Cidade. Eu tenho certeza de que estes e outros debates serão puxados pela ADVB e que faremos uma pareceria porque aqui é a Casa do Povo, é aqui que se discutem estes e outros temas.

Portanto, eu quero usar, abusar da ADVB fazendo reivindicações e, tenho certeza que reivindico em nome dos outros Vereadores desta Casa. Quero dizer também que, no futuro imediato, precisamos tratar de questões que vão ser polêmicas, mas que serão tratadas com justeza, com tranqüilidade nesta Casa, que é o Plano Diretor. Eu tenho absoluta certeza de que os Diretores de Vendas têm muito a nos dizer sobre esse tema, e, talvez, nem sempre, teremos unanimidade, afinal, se fosse assim, seria muito burra. Com a discussão, com o contraditório, com a polêmica, nós ouvindo, os Senhores ouvindo, poderemos chegar a denominadores comuns e, sem dúvida nenhuma, eles estarão num patamar superior do excelente trabalho prestado pelos nossos técnicos da Casa, do Governo Municipal e da sociedade civil, que já interferiu, já fez uma discussão muito importante sobre esse tema. A ADVB trará uma enorme contribuição a esse tema também. Enfim, outros temas estão na pauta desta Casa este ano e muitos outros estarão no ano que vem, já que é ano eleitoral, mas as nossas convicções políticas e ideológicas em nada atrapalharão esse salutar debate, e sendo convocados, estaremos juntos, seremos parceiros em todas as atividades importantes que a ADVB há de nos propiciar num futuro próximo. Nós seremos instigados, cobrados, por todos os senhores e senhoras que têm vinculação com a Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil. Minha saudação a todos que acompanham este debate, à atual Direção, aos que por lá passaram e aos que terão, num futuro próximo, a tarefa de dirigir esta importante Instituição. É assim que devemos tratar a ADVB. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Presidente da ADVB Sr. Daniel Tevah.

 

O SR. DANIEL TEVAH: (Saúda os componentes da Mesa e os demais presentes.) A inauguração da sede da ADVB só vai se realizar hoje, mas efetivamente ela começou 10 anos atrás exatamente aqui, quando a Câmara dos Vereadores de Porto Alegre, sentindo a credibilidade e competência do trabalho desenvolvido pela ADVB, cedeu aquele terreno para que hoje pudéssemos inaugurar uma sede própria. Foi a visão de 10 anos atrás desta Casa que está proporcionando esse momento inesquecível que vamos ter hoje, às 19h e 30 min, quando inaugurarmos a nossa Escola, a primeira e mais importante parte.

Se há algo de importante que a ADVB faz, é capacitar as pessoas para o futuro. Nesses 35 anos, mais de duzentas mil pessoas já passaram pelos cursos de médio e alto nível que a ADVB realiza. Só este ano, devemos chegar à marca de doze mil pessoas que vão passar pelos cursos da nossa entidade. É importante que se diga que a nossa entidade é totalmente sem fins lucrativos e que todos doam parte do seu tempo para construir uma sociedade melhor.

O futuro de uma sociedade está no valor que se dá para a educação de qualquer tipo. Tenho certeza de que não existe nenhuma diferença entre alemães, ingleses, japoneses ou brasileiros. Ninguém vem geneticamente melhor do que o outro. Alguns estudam mais do que outros. Por isso, há povos mais desenvolvidos.

O trabalho que a ADVB realiza é, principalmente, de preparar as pessoas para o futuro para que elas, como pessoas, possam se desenvolver, crescer, dentro de suas empresas, garantindo, inclusive, o seu futuro no mercado cada vez mais competitivo. Hoje em dia, garantir emprego é algo extremamente importante. E quem faz um curso na ADVB se capacita, não apenas para desenvolver-se dentro da empresa, mas para manter o seu emprego, o que já é um grande ganho. Quando a ADVB capacita as pessoas, projeta as empresas do Rio Grande do Sul para um novo estágio, para que o Estado possa se desenvolver, conquistar novos espaços e fazer que a nossa sociedade cresça.

Esse trabalho que a ADVB realiza, e que merece essas palavras elogiosas, as quais agradecemos, é fruto do esforço desenvolvido pelos ex-Presidentes da nossa entidade. A eles devemos a credibilidade e a marca, porque, se estamos falando de "marketing", temos que falar da marca da ADVB, que é uma marca forte, porque houve pessoas da estirpe de Günter Staub, Melson Tumeleiro e Dante D'Ângelo no comando dessa entidade que tanto tem feito pelo nosso Estado. A ADVB, mesmo sendo uma entidade apartidária, apolítica, e que procura não se envolver em questões econômicas e nem dar posicionamento, é uma grande entidade que tem mais de mil empresas associadas e é, com certeza - para orgulho de todos nós de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul - a maior entidade de "marketing" de toda a América Latina. Não existe em outra cidade da América Latina uma entidade de "marketing" com o porte da nossa ADVB. Isso é um orgulho para todos nós e é fruto de um trabalho desenvolvido ao longo desses 35 anos.

A ADVB tem outra marca que também é muito favorável, que é a da simpatia, porque hoje temos uma Entidade do qual fazem parte associados da área do comércio, da indústria, do “Agribusiness” e tudo o mais, porque todos podem ser associado da FARSUL, que respeita e defende tão bem a nossa da agricultura; pode ser associado da FEDERASUL, que defende o nosso comércio; pode ser associado da nossa FIERGS, que defende a área industrial; todos são associados da ADVB, porque ela é quase que o "Zequinha", em termos comparativos com o futebol: todos torcem para o Grêmio ou para o Internacional, mas têm uma simpatia especial para com o São José, que é o segundo time de todos nós. Acho que a ADVB é a segunda ou a primeira Entidade de todos nós e é por isso que ela tem essa empatia com a cidade de Porto Alegre.

Para finalizar, quero dizer que usufruam da nossa casa. Estamos apenas iniciando o primeiro módulo, que terá o dobro de salas de aula que temos até agora. Neste ano, teremos quase 12 mil pessoas se aperfeiçoando e, o ano que vem, poderemos dobrar esse número. Mas, acima disso, a casa é do povo de Porto Alegre. É lá que poderemos oferecer a todos vocês a oportunidade de usufruírem de mais um espaço cultural de que tanto a nossa Cidade necessita.

Sintam-se todos convidados para nossa festa de hoje às 19h30min.

Muito obrigado pelo voto de confiança que nos deram há 10 anos, quando cederam aquela área para a ADVB. Muito obrigado pela homenagem e sintam-se como nós estamos nos sentindo: orgulhosos e vitoriosos, porque a vitória é de todos nós de Porto Alegre. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Eu falo, em nome da Presidência, para dizer que, há poucos dias, nós tínhamos um convite muito importante para um Seminário Internacional de Marketing e duas colegas que trabalham como Relações Públicas da Casa, a Luiza Neves e a Celene Fagundes da Silva, ficaram muito entusiasmadas, pedindo que nós conseguíssemos pagar a matrícula. Como nós estávamos com uma certa dificuldade nesta área de Cursos, elas conversaram com o Presidente Daniel Tevah, que liberou dois ingressos para o curso, que aconteceu nos dias 29 e 30, no Plaza. Nós assistimos à primeira palestra e foi magnífica. A Câmara agradece, porque elas gostaram muito e aproveitaram, tenho certeza.

Agradecemos, mais uma vez, a presença dos Diretores, dos ex-Presidentes, e, em especial do Presidente Daniel Tevah, do Sr. Ricardo Gothe, que representa o Prefeito, do Sr. Günther Staub, que é o nosso Secretário Estadual de Turismo, do Sr. Hermes Ribeiro de Souza Filho, que representa a nossa FARSUL e todos os demais presentes. Os Vereadores que usaram a palavra expressaram a vontade dos 33 Vereadores. Um abraço amigo, fraterno e parabéns a ADVB.

 Suspendemos os trabalhos, para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h23min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz - às 15h27min): Estão reabertos os trabalhos.

Ainda, em tempo de Grande Expediente, o Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra, pelo tempo que lhe cede o Ver. Reginaldo Pujol..

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Gostaríamos, neste período do Grande Expediente, que nos foi gentilmente cedido pelo colega Reginaldo Pujol, de formular algumas indagações à Liderança do PT, nesta Casa, a respeito de denúncia que recebemos e que viola a Lei Orgânica da Cidade de Porto Alegre. É um assunto que julgamos muito grave e queremos trazer ao conhecimento desta Casa, porque ela tem, sobretudo, uma das funções básicas do Poder Legislativo e do Vereador, que é de fiscalizar os atos praticados pelo Poder Executivo.

Fomos informado, anteontem - fotografamos e trazemos ao conhecimento da Casa fotos que comprovam -, de que caminhões de lixo da Prefeitura Municipal de Alvorada estão sendo consertados aqui. As fotos estão aqui, com a identificação, inclusive raspada, na porta, do uso das oficinas do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, localizado no final da Av. Ipiranga, quando terminam as pistas duplas e começa a Av. Ipiranga em uma pista só, onde se localiza a oficina de atendimento à garagem do Departamento Municipal de Limpeza Urbana da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Lá estava sendo consertado um caminhão de lixo da Prefeitura Municipal de Alvorada, de placa CC9754. Tenho aqui as fotos comprobatórias.

Gostaríamos do esclarecimento desse fato por parte da Bancada Governista. Esse fato, se for confirmado, é bastante grave, porque é vedado pela Lei Orgânica Municipal.

Estamos encaminhando Pedido de Informações ao Executivo Municipal para dar conhecimento a este Vereador e a esta Casa sobre se o veículo de placa CC9754 é de propriedade do DMLU, ou de alguma empresa que preste serviços ao DMLU. A confirmar essa situação, gostaríamos de saber se há algum convênio entre a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana e a Prefeitura Municipal de Alvorada, porque o teor do art. 116 da Lei Orgânica, assinado um convênio, a entidade ou órgão dará ciência do mesmo à Câmara Municipal. Não tenho conhecimento da existência desse convênio, mas gostaria de informações sobre a existência desse convênio.

Aqui está a foto desse caminhão da Limpeza Pública da Cidade de Alvorada, com placa de identificação da Prefeitura Municipal de Alvorada. Talvez, não tenho conhecimento, possa tratar-se da compra de um caminhão da Cidade de Alvorada por parte do Departamento Municipal de Limpeza Urbana. Por isso, tomo o cuidado de pedir esclarecimentos à Bancada Governista, independentemente, do Pedido de Informações que estou formulando ao Executivo para que me informe a respeito dessa situação e desse fato que estou trazendo ao conhecimento deste Plenário, deste Poder. Evidentemente que, a confirmar-se o fato, seria extremamente grave, e o Tribunal de Contas deveria tomar conhecimento disso tudo também, porque é uma irregularidade extremamente grave a confirmar-se a situação de caminhões da Prefeitura de Alvorada sendo consertados nas oficinas do DMLU na Cidade de Porto Alegre.

    

 O Sr. Luiz Braz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) É claro que esta denúncia que V. Exa. traz a esta Casa é extremamente grave, e quando V. Exa. diz que não tomou conhecimento da assinatura de nenhum convênio, é porque esse convênio, não existe. V. Exa. sabe que, de acordo com a legislação, qualquer convênio assinado pela Prefeitura deve ser mostrado a esta Casa no prazo de um mês após ele ser assinado para esta Casa tomar conhecimento. Então, como esta Casa não tomou conhecimento, assim como V. Exa. também não tomou, esse convênio não existe.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Nós estamos usando o recurso cabível após o conhecimento desta Casa, pela seriedade do fato, usando o instrumento do Pedido de Informações que estamos formalizando, no dia de hoje, ao Presidente da Câmara Municipal, para que o Poder Executivo, no prazo legal, informe se é regular essa situação, porque podem existir as situações das mais variadas na presença desse caminhão. Não estamos aqui fazendo uma denúncia irresponsável, estamos trazendo ao conhecimento um fato que está ocorrendo, e, se confirmado, é muito grave.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Isaac Ainhorn, V. Exa. sabe que temos todo o interesse em esclarecer qualquer questão sobre a Administração Pública de Porto Alegre. Não criticamos nenhum Vereador que fiscaliza porque nós, da situação, também somos Vereadores que, por obrigação, fiscalizam. Só perguntaria se não seria mais justo fazer primeiro o Pedido de Informações, porque neste momento não podemos responder se há ou não há convênio; sabemos que havia tratativas de celebração de um convênio. Fizemos convênio, recentemente, com a Prefeitura de Gravataí e outras sobre a mesma questão. Parece-me que seria melhor fazer primeiro o Pedido de Informações para saber se há convênio, senão a sua denúncia ficará vazia. Não ficará?

 

O SR. ISAAC AINHORN: Nobre Vereador, em primeiro lugar eu não estou fazendo uma denúncia. Eu estou trazendo ao conhecimento deste Plenário o fato e pedindo os esclarecimentos necessários, a fim de que se esclareça se há convênio, se estavam consertando caminhões da Prefeitura de Alvorada, no Departamento Municipal de Limpeza Urbana, enfim. O espaço que me é conferido, na condição de Vereador, é a tribuna desta Casa, e, Vereador, V. Exa. há de convir que os esclarecimentos de todos os fatos que envolvem a fiscalização dos atos do Poder Executivo se fazem através da tribuna desta Casa. Nesse sentido, invoco a figura do primeiro Vereador do PT nesta Casa que, para todos os fatos que entendia necessário o esclarecimento de eventuais irregularidades, usava a tribuna desta Casa, que foi o do Ver. Antonio Hohlfeldt, com mandato de 1982 a 1988 como Vereador oposicionista do Partido dos Trabalhadores. O mesmo critério e a mesma sistemática eu, neste momento, estou adotando em relação a esclarecimentos que se fazem necessários.

Concluo, informando, ao Sr. Presidente e aos demais colegas, que gostaria, em relação a esses fatos que dei conhecimento, independentemente do Pedido de Informações que estou formalizando, de ver se é possível um esclarecimento da Bancada Governista nesta Casa, o que me satisfará plenamente também porque dará a sua versão sobre os fatos no momento em que e tomar conhecimento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães está com a palavra.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Ocupo o Grande Expediente para destacar que, na sexta-feira, dia 28, faremos a denúncia da exclusão neoliberal: faremos a Marcha dos Sem. Desde segunda-feira estão saindo várias marchas do interior do Estado, da região do Vale do Sapateiro, em Canudos, da Vila Scharlau, na região de Novo Hamburgo, de onde está saindo uma caminhada dos desempregados. Da região de Alvorada, Cachoeirinha está saindo uma caminhada pela questão da moradia. Estão-se organizando em Porto Alegre várias caminhadas pela questão da saúde. É uma manifestação popular, sindical, contra a situação de miséria, de exclusão social que campeia o nosso País.

É interessante destacarmos que esta Casa, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre, tem que se agregar a essa manifestação. É uma manifestação da sociedade brasileira, que não agüenta mais esse projeto neoliberal, não agüenta mais ser sufocada por um modelo econômico que privilegia meia dúzia e joga a grande maioria da população brasileira na maior crise, na maior miséria.

Pedimos a todos os Vereadores que acompanhem, os que podem caminhar e caminham com mais freqüência. O Ver. João Dib, que não tem muita saúde para uma marcha grande, pode nos acompanhar no Laçador, onde começará uma marcha até o Palácio Piratini.

Pedimos aos Vereadores que acompanhem a Marcha dos Sem e protestem, demonstrem a necessidade de apontar para este País um outro rumo que não é o rumo que o projeto neoliberal, que o projeto do Presidente Fernando Henrique e do Governador Britto está apontando.

Esse projeto é um projeto de exclusão social e nós não podemos concordar com ele.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, Renato Guimarães, em matéria de saúde eu sou capaz de fazer uma competição com todos os Vereadores da Casa e devo ganhar muito fácil. Agora, eu me sentiria muito mais saudável se V. Exa. pudesse dar uma explicação acerca da filosofia neoliberal que é falado por tantos vereadores. Talvez V. Exa. possa dar uma leve informação do que é o neoliberalismo. Existe neoliberalismo?

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Vou dar a explicação da forma mais simples possível. Convido V. Exa. a visitar os viadutos da Cidade, e aí nós vamos conceituar o projeto neoliberal. É a fome, é a miséria, é isso que é o projeto neoliberal. Esse novo liberalismo que defende a superação desse modelo selvagem do capitalismo que coloca famílias embaixo dos viadutos. Esse é o conceito que temos que trabalhar nesse projeto de exclusão social. É essa a conceituação. Podemos convidar o Vereador a visitar as vilas de Porto Alegre e os viadutos, onde está a miséria, e o Vereador verá qual o conceito que devemos trabalhar sobre o projeto neoliberal.

Gostaria, continuando a minha manifestação, de trazer alguns temas que a Marcha vai tratar. A Marcha vai tratar a questão do emprego. Isso é muito importante, porque na Região da Grande Porto Alegre temos duzentos mil desempregados que foram recentemente despedidos. Não estamos contando com aqueles que perderam o emprego há muito tempo e hoje estão desenvolvendo uma atividade de emprego informal. A Marcha trata da questão do desemprego e sua conseqüência, quais os problemas que existem numa família em que o pai ou a mãe, ou ambos, perderam o emprego e não têm como prover alimentos e um teto.

A Marcha trata, também, da questão dos sem-terra, aqueles que não têm terra para plantar. É interessante nós registramos, aqui, até como denúncia, que nas estradas do interior de nosso Estado se amontoam famílias, não tendo um lugarzinho para plantar, enquanto nós temos terra e mais terra sem nenhuma utilização e não são repartidas com o nosso povo.

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu pergunto se os municipários também estão convidados para participar da Marcha?

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Com certeza absoluta, para defender um Estado público, porque o Governo Fernando Henrique e o Governo Brito não defendem o Estado público. Porto Alegre não demite servidor público; Porto Alegre tem uma política para o servidor público, enquanto que o Governo Fernando Henrique Cardoso e o Governo Brito estão anunciando que vão demitir funcionários públicos. Essa é a nossa política, a de afirmar um Estado público que sirva ao cidadão, é interessante destacarmos isso.

 A Marcha também trata da questão da educação. Estamos vivendo o pior momento na educação, o sucateamento da estrutura física, é a total desconsideração ao educador e a marcha vai fazer essa denúncia. Na questão da saúde pública, afirmamos diariamente neste plenário o que está acontecendo com o Brasil. O Governo Federal diariamente tira recursos da saúde pública para pagar juros para banqueiros, estamos fazendo diariamente esse debate e não vimos ainda as bancadas que defendem o Governo Federal virem aqui apresentar os números de quanto o Governo Federal está gastando com a saúde. Gostaríamos também de dizer aqui que a Marcha não serve só para protesto, serve para apontar um outro rumo que não é, sem sombra de dúvidas, o rumo desse projeto neoliberal de exclusão social. A Marcha serve para apontar um rumo de um governo democrático e popular que ouça os anseios e necessidades da população. Para isso, a Marcha tem um conjunto de propostas que estão sendo apresentadas.

É interessante dizer que, com os estouros das bolsas de valores em todo o mundo, quem está pagando a conta aqui no Brasil, é o cidadão. Como diz o ditado: agora é a bola da vez. E a bola da vez é o Brasil. Antes foi o México, Argentina, Tailândia, os Tigres Asiáticos. Agora é o Brasil que, para poder absorver o rombo das quedas das bolsas de valores, vai ter que tirar dinheiro da saúde e da educação para pagar os juros para os banqueiros. O Governo Britto e o Governo de FHC concordam com essa política de exclusão social. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Quero dizer aos Srs. Vereadores que recebemos telefonemas - fui informado agora pelo Sr. Nabir Bueno que está coordenando esta implementação do plano de TV, Canal 16 - elogiando a existência deste programa, e um deles pedindo que o som fosse melhorado, porque estava meio baixo, sinal de que as pessoas estão prestando atenção em nosso trabalho. Inclusive recebemos um telefonema de Ijuí.

Tem a palavra a Vera. Clênia Maranhão para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Ocupo o tempo de Liderança do PMDB para trazer três assuntos que têm ocupado os espaços da imprensa nos últimos dias e que se constituem em temas da maior relevância para a sociedade brasileira. Ontem, diversas manifestações de mulheres comemoraram o Dia de Luta Contra a Violência em Relação à Mulher. Não poderia ser diferente, tendo em vista a realidade de violência sofrida pelas mulheres, principalmente dentro das suas casas. Os próprios dados da Delegacia da Mulher e o Relatório Anual da Polícia Civil de 1995 revelam que há um índice de aumento da criminalidade de 5,5%, e, na violência específica contra mulheres de 31,8%.

Esta realidade, infelizmente, é freqüente em vários países do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, a violência doméstica atinge 2 milhões de mulheres todos os anos. No caso brasileiro, a luta pelos direitos humanos em relação às mulheres, os movimentos sociais dirigidos pelas mulheres, e os grupos feministas têm lutado pela implantação de políticas públicas para coibir esse tipo de violência.

No Brasil, tem-se conquistado equipamentos especiais para a garantia de políticas públicas que venham coibir a violência contra as mulheres. Já existem 225 delegacias espalhadas em todo o País, e o slogan da década de 1980 - " Quem ama não mata." -, divulgado a partir das mortes de mulheres como a Eliane Grumont, tem sido, na verdade, um slogan que começou a ser revisto pelo conjunto da sociedade tendo em vista a mudança dos próprios julgamentos que, até há alguns anos, colocavam as mulheres vítimas como culpadas e quanto os agressores, justificando suas violências por comportamento alheio.

Outra questão, nesta área, que tem ocupado a grande preocupação dos parlamentares brasileiros é a votação, no Congresso Nacional, do novo Código Civil. Uma legislação que está tramitando há 22 anos, que trata de questões que trabalham o cotidiano da população brasileira e de questões que são vitais para os cidadãos, como a da propriedade, a maioridade e a família. Nesta área, também, a participação da sociedade tem sido decisiva para o avanço da legislação em pauta, que, seguramente, será consolidada nos próximos dias, porque o atual Código é completamente obsoleto, tendo em vista, as mudanças da sociedade brasileira.

E a terceira questão que trago aqui e que deve ser uma preocupação desta Casa porque é uma preocupação que se refere à área da saúde pública, é a discussão, em andamento na Câmara Federal, da legislação que regulamenta o chamado aborto legal. Hoje, está em vigor o Código Penal de 1938 que, na verdade, não garante, para o conjunto das mulheres, o aborto legal nem em caso de estupro, nem em caso de risco de vida para a mulher, apesar de a legislação assim o determinar.

As dificuldades da implantação da saúde pública no Brasil tem feito com que esta legislação seja apenas possível para garantir esses casos nas mulheres que podem usufruir do sistema privado de saúde. Essa questão polêmica deve se resolver esta semana com a convocação das Sessões Extraordinárias, para sexta e sábado, na Câmara de Deputados.

Para encerrar, eu queria dizer que esta Câmara já se pronunciou em relação a esse tema, porém, sendo um tema polêmico e que tem mobilizado a sociedade, cabe aqui, retomá-lo como uma forma de que todos possam participar, acompanhar e compreender o que está em jogo nessa nova legislação. Muito obrigada.

 

(Não revisto pelo oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Tereza Franco está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

A SRA. TEREZA FRANCO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Estou ocupando esta tribuna em tempo de Liderança, para fazer um agradecimento ao Secretário Municipal dos Transportes, Dr. Luís Carlos Bertotto, pela atenção com que tratou uma antiga reivindicação dos estudantes, professores e funcionários da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, do Campus da Agronomia.

No dia 16 de setembro, encaminhei um Pedido de Providências reivindicando a extensão do itinerário de lotação que faz a linha Partenon até o Campus Universitário, por solicitação das pessoas que diariamente se deslocavam até lá - universitários, professores e mesmo moradores.

Em 16 de outubro, foi-nos comunicado que estava sendo feito o estudo da ampliação do itinerário da linha de lotação. Para nossa satisfação, principalmente da comunidade universitária, no dia 24 de novembro, começou a funcionar a extensão da linha, o que, com certeza, vai beneficiar, além dos professores e estudantes em seus deslocamentos diários, agora feitos com maior rapidez e segurança, a própria comunidade.

Quero deixar, mais uma vez, um agradecimento ao Secretário Municipal de Transportes, Dr. Luís Carlos Bertotto, por seu empenho e por sua dedicação. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Quero convidar a participar da Mesa o Presidente, recém eleito, do Partido da Social Democracia Brasileira em Porto Alegre, Sr. Dario Bertói.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, como nós temos, agora, os números finais da votação, queremos cumprimentar o Ver. Pedro Ruas porque ele se elegeu para o Conselho Federal da OAB. Ao mesmo tempo, aproveitamos para cumprimentar o Dr. Luíz Carlos Levenzon e o Dr. Valmir Batista, que tiveram uma vantagem de 1.445 votos e se elegeram para a Direção da Ordem dos Advogados do Brasil.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Sr. Presidente, manifesto-me na mesma linha do Ver. Luiz Braz, porém, com uma singularidade. Ocorre que nós estivemos licenciados desta Casa, sem ônus para os cofres públicos, em virtude de que, na sexta-feira próxima passada, fomos compelidos a uma viagem a Brasília, onde tínhamos um compromisso com o Vice-Presidente, Marco Maciel. Por isso, não votamos nas eleições da Ordem dos Advogados do Brasil.

Estamos justificando a nossa ausência pelo motivo já citado. A OAB teve a sua eleição adiada, como é de conhecimento público, e isso fez conflitar com os compromissos que já tínhamos agendado. Mas, se votássemos não votaríamos na chapa vitoriosa, o que nos dá autoridade para oferecer, de público, as nossas homenagens ao companheiro Vereador que foi eleito, augurando que possa, essa conciliação de interesses múltiplos, que gerou a chapa vitoriosa, produzir resultados que anunciaram durante a campanha eleitoral.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz realmente lembrou, em boa hora, a homenagem que nós queremos fazer ao Ver. Pedro Ruas que é nosso colega e que foi eleito para a Diretoria da OAB, assim como o Presidente e demais membros da Diretoria, respeitando as eleições, que chamaram a atenção de toda a população do nosso Estado, que foram de grande disputa, mas em nível democrático.

Vamos ceder a palavra ao nosso ilustre visitante para uma breve saudação aos Vereadores. Com a palavra o Sr. Dario Bertoi.

 

O SR. DARIO BERTOI: Exmo. Sr. Presidente desta Casa, Ver. Clovis Ilgenfritz; Exmo. Sr. Secretário, Ver. Paulo Brum; Demais Vereadores e Vereadoras, especialmente Lideranças das Bancadas, bem como aos Vereadores do nosso Partido, Ver. Antônio Hohlfeldt e Anamaria Negroni.

 Vimos aqui fazer uma homenagem à Câmara Municipal, trazendo o intercâmbio do PSDB com a Câmara Municipal. Fomos eleitos no domingo próximo passado, que, pela primeira vez, se constituiu o Diretório Municipal do PSDB. Uma questão formal, pois o Diretório sempre existiu, mas formalizamos na última convenção. Sinto-me grato, contente em fazer essa visita à Câmara Municipal e nos colocarmos à disposição para esse intercâmbio. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Antes de mais nada eu gostaria de registrar com satisfação o gesto final do que V. Exa. acabou de patrocinar, ao homenagear o nosso companheiro de jornada, Ver. Dario Bertói, eis que é suplente da nossa União por Porto Alegre, e que acaba de ser escolhido Presidente Metropolitano do Partido da Social Democracia Brasileira. Eu queria cumprimentar V. Exa., e dizer que nós do PFL tivemos no PSDB um aliado nas eleições passada, ficamos muito satisfeitos em ver o PSDB ter escolhido esse competente político porto-alegrense para dirigir o Partido aqui na Cidade.

 

O SR. PAULO BRUM (Requerimento): Sr. Presidente, após ouvido o Plenário, eu faço o seguinte Requerimento para que nós passássemos a Pauta sem discussão e entrássemos diretamente na Ordem do Dia. Ou invertamos a ordem dos trabalhos e passemos, imediatamente, à Ordem do Dia.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): O meu Requerimento é no sentido de que, Ver. Paulo Brum, se V. Exa. concordar, que conte a Pauta como dada.

 

O SR. PRESIDENTE: O Requerimento será colocado em votação após o uso da palavra em Comunicação de Líder, da Vera. Anamaria Negroni.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nosso caro Presidente do Diretório Municipal de Porto Alegre do PSDB que nos visita nesta Sessão de hoje, Dario César Bertói, nosso 4º Suplente da Coligação de Porto Alegre e 2º Suplente da nossa Bancada. É uma satisfação muito grande recebê-los nesta Casa porque Dario Bertói tem uma história dentro do PSDB, não é uma pessoa que entrou ontem no PSDB e se colocou diante dos demais correligionários como candidato à presidência desse Diretório. Ao contrário, houve um consenso, houve um estudo, houve indicação e, por aclamação, este nosso colega conseguiu chegar à Presidência do nosso Diretório no último domingo.

Na realidade, para o PSDB isso é um avanço porque, a partir do momento em que existem as disputas de chapas, que sabemos legítimas, democráticas, é também ruim para o Partido porque nessas disputas sempre existe alguma perda para o Partido, alguém que sai chateado. Enfim, essas situações fragilizam o Partido. Nesse caso, Dario, nós só temos que parabenizar o PSDB por ter escolhido uma pessoa como você que vem colaborando com o Partido há muitos anos. Duas vezes candidato a Vereador desta Cidade, muito bem votado, também foi candidato a Deputado Estadual no último pleito. Então, você vem fazendo o nome da social democracia, você vem trabalhando junto ao povo porto-alegrense, mas especialmente, junto ao povo da zona sul de Porto Alegre. Muitas vezes nos encontramos trabalhando nessa zona de Porto Alegre, mas, sem nunca termos nos conflitado, ao contrário, usamos sempre muito da ética, não só entre nós, que somos do mesmo Partido, mas também com pessoas de outros Partidos. É dessa forma que um partido vence e cresce, e eu, sinceramente, só tenho que parabenizá-lo por isso. É um orgulho tê-lo aqui conosco e também como Presidente do PSDB. Eu fui uma das primeiras a colocar o seu nome, e o Dario realmente merece esse cargo, como Presidente do nosso Partido.

Por outro lado, eu gostaria de dizer que, embora haja participado como membro do conselho na chapa opositora à chapa vencedora da OAB, meu candidato era o Ederon, e venceu a chapa de oposição, eu tenho que parabenizar a chapa de oposição da OAB porque, na realidade, foi um processo democrático e num processo democrático vence quem tem mais votos. Vence aquele que realmente teve condições de apresentar, quem sabe, o melhor discurso. Só tenho que parabenizar ainda um Vereador desta Casa, o nosso Colega Pedro Ruas, que nessa chapa figura como Membro do Conselho Federal. Pedro Ruas, embora não esteja aqui, receba o nosso abraço e votos de muito sucesso para você e para sua chapa, porque a OAB necessita de boas pessoas para que, cada vez mais, ganhemos acervos mais fortes como advogados do Rio Grande do Sul. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Temos uma Emenda para ser apregoada pelo Sr. 1º Secretário, Ver. Paulo Brum.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: Sr. Presidente, antes disso, eu gostaria de retirar o Requerimento que eu propus, para que pudesse deixar correr a Pauta.

Apregoamos a Emenda nº 02, de autoria do Ver. Fernando Záchia, ao PLCE nº 003/97.

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos entrar na Pauta imediatamente após a Comunicação de Líder solicitada pelo Ver. Hélio Corbellini que está com a palavra.

 

O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente, Srs. e Sras. Vereadoras, nós vimos ocupar este tempo, primeiro para anunciar que neste final de semana: sexta-feira, sábado e domingo acontecerá o Congresso Nacional do Partido Socialista Brasileiro.

Antes de entrar neste tema, uma reportagem sobre segurança me chamou a atenção. Em São Paulo, o Governo do Estado, a OAB e os estudantes criaram um movimento pela paz. Agregaram-se a esse movimento pela paz e pela segurança as empresas privadas, artistas, profissionais liberais, todas as forças da sociedade, os meios de comunicação.

É pela quarta vez que eu venho a esta tribuna para alertar esta Casa do vazio em que se teima em não assumir o seu papel na discussão do tema da segurança. Eu já estou quase convencido que, lamentavelmente, vai passar o ano e esta Casa vai deixar passar esse bonde da história e não assumir a função que esta Casa teria nesse debate com a sociedade. Esse debate está acima dos partidos, acima dos poderes e é o debate que perpassa toda a sociedade e esta Casa, em não fazendo esse debate, está se omitindo.

 Vou ler, para que fique nos Anais, parte do trabalho que este Vereador está levando à Brasília no Congresso histórico do Partido Socialista Brasileiro que diz o seguinte: "A recente crise da economia internacional, que teve seus reflexos no Brasil com a edição do primeiro pacote econômico da era Fernando Henrique Cardoso marcou uma profunda mudança que inevitavelmente terá seus reflexos nas próximas eleições. A estabilidade econômica alcançada pelo Plano Real significou, para os partidos de esquerda uma enorme dificuldade para se contrapor ao governo e obter audiência, junto à opinião pública, para um discurso de oposição. O governo alardeia que, ou é Fernando Henrique, ou é a perda da estabilidade para as eleições de 1998.

Para fugir desta armadilha temos que abandonar o discurso da denúncia, o que significa fazer política dentro do antigo paradigma da inflação. A esquerda, no final do século 20, deve ser capaz de vender esperança e não profetizar o caos. Nossa tarefa é voltar a vender esperança esquecendo o paradigma da inflação e fazendo a política a partir do paradigma da estabilidade. Isso impõe, para nós, a urgência de um discurso propositivo que incorpore a necessidade da estabilidade econômica não como um fim em si mesma, mas sim como um ponto de partida para novas conquistas da sociedade brasileira.

A estabilidade é um bem que precisa ser preservado, no entanto, é necessário conquistar, crescimento econômico; geração de empregos; atacar a grave crise social que corrói o país. A esquerda tem de mostrar à sociedade que é o Governo Fernando Henrique Cardoso, e não nós, quem coloca a estabilidade em risco, justamente para satisfazer seus planos reeleitorais.

Para realizar esse discurso, que conjugue estabilidade e crescimento econômico, nós temos que obrigatoriamente resgatar a tradição reformista da esquerda brasileira, defender o interesse público através da reforma do Estado viciado em torno de privilégios, e ineficiente no cumprimento de sua função social. É imperativo que a esquerda busque alternativas para a valorização do serviço público, para a reforma política, cada vez mais necessária; para a reforma tributária, justamente no sentido de recuperar a sua capacidade de investimentos e de atendimento à população.

A agenda política do ano que vem impõe, para os partidos de esquerda, rever a forma como nos relacionamos com a luta política e a questão das alianças. Fundamentalmente, é preciso fazer uma opção radical pela democracia, o que significa reconhecer que não é possível governar sem fazer alianças e sem ter a capacidade de negociação e interlocução com setores que pensem diferente de nós.

É com o estabelecimento de uma aliança mais ampla, da esquerda para o centro, orientada por um programa e com a firme convicção de que é possível vencer as eleições de 1998. É esse objetivo, com os olhos voltados para o futuro do país, e não para idiossincrasias partidárias, que deve orientar as estratégias e as opções para às eleições do próximo ano.” Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: É importante esclarecer que o Ver. Hélio Coberllini é um dos maiores defensores de que esta Casa faça um debate público sobre a questão da segurança, mas ele sabe e participa de uma Comissão de Vereadores, em reunião de Mesa, que deveria estar entregando à Mesa uma proposta de Seminário. Isso foi feito e os nossos prazos estão sendo difíceis de serem cumpridos porque todos estão muito atarefados. O cronograma da Câmara está muito denso, não é justo dizer que a Mesa ou a Casa está virando as costas para o problema. Até porque tivemos uma Comissão Especial, presidida pelo Ver. Cyro Martini, com a presença do Ver. Hélio Corbellini, do Ver. Pedro Américo Leal e mais nove Vereadores, que debateram o assunto, fizeram um Relatório, sugeriram encaminhamentos.

Também fizemos uma Comissão, na Casa, de funcionários e Vereadores, para debater o assunto segurança da Casa. O assunto não está parado. Agora, a mudança de ano, o afunilamento que existe, realmente nos colocam dificuldades. Eu estou, aqui, com uma Pauta, para que façamos uma reunião de Mesa e Lideranças, para estabelecermos prioridades para o mês de dezembro, porque não podemos ficar sujeitos a uma crítica que não é justa. A crítica é válida do ponto de vista que precisa fazer. Não foi feito por absoluta falta de condições até este momento.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL (Questão de Ordem): Este Relatório já foi entregue, foi elaborado por mim, e foi de forma cruenta, tanto que me pediram para retirar muitas coisas do Relatório, para que fosse possível assinar. Foi entregue ao Sr. Secretário de Segurança na presença do Presidente da Comissão. Agora, as coisas estão neste pé. Este Poder Legislativo pouco pode fazer, mas o Poder Executivo muito pode fazer e a segurança é do Estado. Aí está o problema.

 

O SR. PRESIDENTE: Esse esclarecimento é importantíssimo e mostra que a Câmara não está parada e há uma série de iniciativas em andamento.

 

O SR. CYRO MARTINI (Esclarecimento): A minha preocupação tem dificuldade em tornar breve o meu pronunciamento. Na qualidade de Presidente da Comissão Especial que tratou da segurança entendo que o pronunciamento do Ver. Hélio Corbellini foi desrespeitoso, não à minha Presidência, nem à Relatoria do Ver. Pedro Américo Leal, mas a esta Casa que, demonstrando preocupação, votou favoravelmente à instalação da Comissão que tratou acerca dos problemas relativos à segurança.

Deixo aqui registrado que esta Casa não está no vazio. Está Casa está demonstrando preocupação com a segurança. Não estou dizendo com isso que o Estado e a União estejam encaminhando bem a sorte das questões relativas à segurança e oferecendo a proteção que o cidadão necessita e tem direito.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Temos todo o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido pela Comissão Especial e também pela iniciativa do Presidente da Casa que chamou alguns Vereadores para comporem uma Comissão, para um trabalho permanente.

Gostaria de dizer da minha disposição de participar deste trabalho permanente convocado por Vossa Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE: A reunião estava aberta a todos. Alguns se candidataram em uma discussão informal com a Mesa. Sei que o Ver. Adeli tem também essa disposição até porque já mandou um ofício para a Mesa que vai, com grande satisfação, recebê-la porque esse assunto envolve todos os Vereadores. Alguns têm uma ligação maior com o assunto e por isso estão tomando atitudes imediatas. Mas V. Exa., inclusive, como Presidente de Comissão de Direitos Humanos, tem que estar participando.

    

O SR. REGINALDO PUJOL: Senhor Presidente, a manifestação do Ver. Hélio Corbellini despertou uma série de pronunciamentos paralelos. Para que não fique dúvida que toda a Casa está envolvida nesse Processo, solicitamos, em determinado momento, que a Casa tinha que definir a sua prioridade. Se ela achava que a segurança era prioridade, tinha que estabelecer a essa Comissão o critério especial que ensejasse que ela atuasse de uma maneira até superior às outras Comissões. Por isso, quero dizer que também não estou fora de contribuir com esse assunto porque a todos nós interessa. Mas quero salientar que estamos discutindo em torno desse problema. Já houve várias manifestações, inclusive a minha, que não são rigorosamente dentro do Regimento, sobrestando que o debate continue na Casa em um dia em que a Casa tem que votar treze projetos.

 

O SR. PRESIDENTE: E V. Exa., inclusive, usou a palavra várias vezes nesses tempos, e a Mesa tem tido o cuidado de ouvi-lo. Mas tem toda a razão que precisamos dar celeridade. Por isso, ouvidos os senhores Vereadores.

Passamos ao período de

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 3375/97 -  PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 009/97, que dá nova redação ao artigo 68 da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985, e demais providências. (exercício de função gratificada, no Município, por funcionários efetivos cedidos de outras esferas governamentais) Com Mensagem Retificativa.

 

PROC. 3430/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 201/97, de autoria do Ver. João Motta, que denomina Av. Senador Darcy Ribeiro um logradouro irregular localizado no Núcleo Esperança, no Bairro Restinga Velha.

 

PROC. 3450/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 202/97, de autoria do Ver. João Motta, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre a Marco Antônio Figueiredo Luz - “Fughetti Luz”.

 

PROC. 3345/97 -  PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 034/97, de autoria do Ver. Carlos Garcia, que concede o prêmio artístico Lupicínio Rodrigues ao Músico Lúcio Araújo de Quadros (Lúcio do Cavaquinho).

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 3302/97 -  SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria do Ver. Adeli Sell, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 193/97, de autoria do Ver. Carlos Garcia, que dispõe sobre o registro e atividade das pessoas físicas e jurídicas da área do esporte, da educação física, da recreação e do movimento especializado do corpo humano.

 

PROC. 0482/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 006/97, de autoria do Ver. José Valdir, que cria o Sistema Municipal de Ensino de Porto Alegre.

 

PROC. 3331/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 198/97, de autoria do Ver. Gilberto Batista, que autoriza o Executivo Municipal a colocar “proteção de ferro” nas vias onde existem vala, riacho e arroio.

 

PROC. 3435/97 -  PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 056/97, que desafeta área de uso comum do povo, autoriza o Município de Porto Alegre a permutar  imóvel desafetado com os empreendedores do Cristalshopping, representados pela Multishopping Empreendimentos Imobiliários S/A e Bozano, Simonsen Centros Comerciais S/A por imóvel descrito nesta Lei e dá outras providências.

 

PROC. 3445/97 -  PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 035/97, de autoria da Mesa Diretora, que cria cargo de Médico no Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Câmara Municipal de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 3452/97 -  PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 036/97, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Resolução nº 1.321, de 08 de agosto de 1996, que cria cargos de Assessor Técnico Especial no Quadro de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas da Câmara Municipal de Porto Alegre, modificando a data limite para extinção dos referidos cargos e dando outras providências.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Senhor Presidente e Srs. Vereadores. Está em discussão um Projeto do Executivo a cerca do "Cristal Shopping". Como há preocupações de várias comunidades envolvidas, agora mais especificamente a Vila Nova, creio que devemos abrir nesta Casa um debate sobre a necessária compensação que os produtores de hortifrutigranjeiros da Vila Nova devam ter por parte do Poder Público Municipal. Estive tanto na abertura quanto, na finalização da Festa do Pêssego, e queria levantar para discutir com toda a Casa, com toda a tranqüilidade a necessidade de garantir um centro de eventos, que já é uma discussão aprovada no Orçamento Participativo, a questão de poços artesianos e irrigação, a questão de câmara fria e também a necessária política para a agro-indústria local. São questões que levanto para a reflexão e acredito que o Poder Público Municipal terá a capacidade, não imediata, mas de curto, médio e longo prazo fazer uma política que não prejudique nenhuma comunidade.

 

A Sra. Maria do Rosário: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu queria dizer da importância de nós aprovarmos esse projeto que viabiliza o Cristal Shopping e também dizer a V. Exa. que todos esses procedimentos que são trazidos de compensações, como foi chamado, podem ser buscados também junto ao Governo Federal e ao Governo do Estado. Penso que nós devemos ser articuladores da busca de recursos para o Município, na medida em que o Município vem sendo lesado por políticas federais de concentração tributária. Pergunto a V. Exa. como vê essa possibilidade de nós sermos articuladores dessa busca, não só do encaminhamento prático das questões dentro do orçamento municipal que estaremos votando hoje, que é bastante restrito?

 

O SR. ADELI SELL: Concordo, integralmente, com essa visão moderna, inovadora da Vera. Maria do Rosário e creio que sim, devemos ser os articuladores dessa política porque, sem dúvida nenhuma, é preciso integrar os Poderes nesses 3 níveis. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Com a palavra o Ver. Cyro Martini, para discutir a Pauta.

 

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não poderia deixar de lembrar através do Projeto de Lei do Legislativo nº 198/97, de autoria do Ver. Gilberto Batista, no qual, este demonstra a sua preocupação com relação aos acidentes de trânsito. Essa matéria relativa ao trânsito, os que nos acompanham, sabem, ela diz respeito, de perto, de todo o meu trabalho, de todo o meu empenho nesta Casa, é uma das questões prioritárias. Eu quero aproveitar esta oportunidade para deixar bem clara a minha preocupação com relação à implantação, a partir de 23 de janeiro vindouro, do novo Código de Trânsito Brasileiro.

Este Código transfere, remete para os municípios um volume considerável de atribuições que vêm sendo exercidas ainda pelo Estado, que vão transformar radicalmente a competência municipal com relação aos misteres de trânsito de tal modo a confiar ao município uma gama enorme de poder de polícia e de fiscalização na área de trânsito. Que o horizonte nos aponte encaminhamentos tais que nos permitam ficar tranqüilos que a partir de 23 de janeiro os municípios estarão habilitados, efetivamente, para cumprir as missões que o novo Código já está lhes confiando. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Salientamos que o período de Pauta deve ser utilizado para falar assuntos que estão na Pauta. Evidentemente que serão abordados de acordo com a posição pessoal de cada um dos Vereadores, mas tem que ser restrito à assuntos da Pauta.

O Ver. João Dib está com a palavra, para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, acho a Pauta um dos momentos mais importantes nas nossas Sessões de segundas, quartas e sextas-feiras. É que neste momento discutimos aqueles projetos que são apresentados para serem transformados em lei ou para serem rejeitados.

 O Ver. Cyro Martini dizia da sua preocupação com o novo Código Nacional de Trânsito em razão de um Projeto que o Ver. Gilberto Batista pretende de colocação de proteção de ferro onde existem valas, riachos e arroios. É claro que o Código de Trânsito vai especificar melhor.

 De qualquer forma, não tenho a mesma sorte que a Vera. Tereza Franco, que pôde agradecer ao Secretário de Transportes. Já pedi dezenas de vezes para retirar o estacionamento do Viaduto Loureiro da Silva, e não consigo; ao contrário: ele colocou duas paradas de lotação.

 Na Pauta no dia de hoje há um Projeto que autoriza o Município de Porto Alegre a permutar imóvel desafetado com os empreendedores do Cristal Shopping, ou seja, é o Shopping Cristal. Até nem sei, aqui diz que os imóveis são já desafetados, na verdade acho que não o foram ainda. É por isso, Sr. Presidente, que ocupo a tribuna para fazer um Requerimento de uma Comissão Especial, com a concordância de todas as Bancadas, para que este Projeto seja analisado.

 Devo lembrar que, quando da determinação do regime urbanístico para a área do Cristal Shopping, eu havia apresentado o mesmo pedido: uma Comissão Especial para que o regime urbano fosse definido por essa Comissão para depois ser apreciado e votado no Plenário. Apelos da Bancada do PT e de outras pessoas do Plenário fizeram com que eu retirasse o pedido, mas ficou acertado com todas as Bancadas que quanto ao segundo Projeto, o mais importante, sem dúvida nenhuma, precisamos ouvir, inclusive, a comunidade da Vila Nova. Já fomos, Vereadores desta Casa, no mínimo duas vezes à Vila Nova. Conversamos com os moradores, trocamos idéias, analisamos a área. Precisamos fazer uma análise muito profunda dessa desafetação de área para a permuta de imóveis que a Prefeitura pretende fazer. A Prefeitura sempre diz que não faz concessões, não faz isenções, de repente pode não estar fazendo da melhor maneira para o povo de Porto Alegre.

Portanto, acho que, tranqüilamente - vou encaminhar neste momento à Mesa o Requerimento - será analisado o Projeto por uma Comissão Especial que todos os partidos da Casa comporão e darão, sem dúvida nenhuma, a melhor solução para esse problema do Cristal shopping. Acredito que não há nenhum Vereador que seja contrário à construção de um “shopping center”, mas há dúvidas e preocupações que precisam ser examinadas com tranqüilidade.

Na segunda-feira nós tivemos, aqui, a Tribuna Popular, usada pelos moradores da Vila Nova e nós queremos, na Comissão, também, ouvi-los. Saúde e paz. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em excelente hora nosso Líder João Antônio Dib, recupera o seu pedido de Comissão Especial para analisar o PLE nº 056/97, que desafeta área de uso comum do povo, autoriza o Município a permutar imóvel desafetado com os empreendedores do Cristal Shopping.

Senhores Vereadores, essa Comissão já está acertada com as Lideranças de todas as Bancadas desde o primeiro Projeto que passou pela Casa e foi pedido a transferência dessa Comissão para o segundo Projeto que viria para o Legislativo no prazo de uma ou duas semanas e que demandou muito mais tempo. Mas veio e disso Porto Alegre se regozija, porque o Cristal Shopping é bom para todos.

Existem algumas dúvidas e aspectos a serem dirimidos. Por que a Vila Nova? Uma região agrícola que a Administração Municipal quer transformar em urbana já no Projeto do novo Plano Diretor da Cidade. Estranha-se esse fato. Será que é para cobrar IPTU dessa área agrícola? Não sei. São fatos a serem dirimidos nesta Comissão.

Outro aspecto é pela grande coincidência de local a ser permutado situar-se, justamente, ao lado de uma área de propriedade da Prefeitura Municipal doada pelo anterior proprietário, Gabriel Knijnik, em vida. Estranha-se essa coincidência. Também estranha-se por que a empresa empreendedora não aceitou a oferta de outras áreas mais adequadas, mais bem localizadas e até de menor preço? Estranha-se também por que o projeto não contempla novas linhas de ônibus, de lotações na região, investimentos em acessos viários, em esgoto, em água? Por que os Secretários Municipais falam em uma área de 12 hectares e nós estamos tratando no projeto de uma área de 7 hectares e pouco? Será porque a Prefeitura vai doar exatamente a diferença, exatamente a área doada anteriormente de 5 hectares, com destinação específica e especial? Será que ela irá usar um imóvel do povo para os assentamentos aqui propostos? E como fica a retirada de árvores imunes ao corte? E o laudo ecológico?

Por todas essas indagações e dúvidas faremos ampla discussão desse projeto aqui na Câmara. Somos a favor do Cristal Shopping, porque é uma coisa boa para Porto Alegre, mas temos a obrigação de fiscalizar e acompanhar os atos do Poder Executivo, quando permuta área pública por área da iniciativa particular. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra, para discutir a Pauta.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu quero na mesma linha das questões levantadas pelo Ver. João Dib também abordar a questão relativa ao Projeto que chega a sua 3ª Sessão, o PLE nº 056/97 sobre os empreendimentos do Cristal Shopping. No bojo do debate foi levantado um conjunto de questões que nos preocupam independentemente do mérito, como dizia ainda hoje ao Ver. Luiz Braz. A mim me preocupa portanto questões do tipo: alargamento da avenida, porque uma das questões que devemos levar em conta entre outras tantas não é só o projeto interno do empreendimento urbano, mas é, por exemplo, o acesso que evidentemente vai ser ampliado em relação à avenida que conduz até o loteamento.

Outra questão que me preocupa e que não vi, posso até ter lido rapidamente e não ter prestado a atenção, não tem nada a ver com os empreendedores, vamos deixar bem claro, tem a ver com a Prefeitura e, no meu entendimento, tem que vir claramente no projeto, é a questão do transporte coletivo. Teremos um conjunto significativo de pessoas que serão transportadas para um novo local de moradia. E essas pessoas gozam hoje de um transporte coletivo razoável no local onde se encontram, portanto, deverão continuar no mínimo com isso que já têm, e vão gerar conseqüências para moradores que habitam depois do ponto onde elas vão ser localizados e que obviamente vão passar a ter problemas com transporte coletivo, se não tivermos um replanejamento do conjunto dos ônibus que servem aquela área da Cidade. Pelo menos, essas duas questões - não entro no mérito do Projeto, mas as questões técnicas têm que ser encaminhadas, discutidas e conhecidas pela Casa - têm que ser necessariamente encaminhadas.

Permito-me Ver. Luiz Braz, mencioná-los, V. Exa. levantava outra questão em torno do arroio que ali se encontram. Temos, parece-me, um estudo relativo ao arroio e temos que conhecer o que será feito em relação a esse arroio. Dependendo das condições da potabilidade saberemos o que será feito com o arroio, se será canalizado, se vai servir de água para os moradores que ali serão instalados. Temos que conhecer o que é que vai acontecer.       

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Antonio Hohlfeldt, até porque, se aquele estudo for verdadeiro, nós temos que alertar a população que utiliza aqueles produtos, porque a população pode estar, neste instante, adquirindo algum produto que pode lhe causar mal. Então, acho que a Prefeitura tem obrigação de fazer alguma coisa com relação aquele curso d'água.

 

O Sr. Antônio Losada: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero lembrar ao nobre Vereador que há uma grande mobilização da comunidade, e satisfação com a possibilidade de concretização dessa permuta. Essa comunidade, em torno de 800 famílias, vive em condições precárias de insalubridade, em área de risco e essa área escolhida na Vila Nova, efetivamente, é uma área adequada para o reassentamento daqueles moradores.

 

O SR. ANTONIO HOHFELDT: Isso que eu quero ver. Mas não vai ser votando rapidamente o Projeto que vamos ter certeza disso.

Estou deixando bem claro, não estou entrando no mérito do Projeto, mas a esta Casa cabe, sim, conhecer antecipadamente e intervir, efetivamente, no encaminhamento da questão. Em frente ao Hospital Conceição, a Prefeitura havia autorizado dois grandes conjuntos habitacionais e foi este Vereador que, antecipando-se questão, trazendo, aqui, o Secretário de Planejamento, chamou a atenção da SMT e da própria SPM para as necessidades de intervenção naquela área, o que se fez através do asfaltamento, da colocação de sinalização, de divisores, de blocos, etc. É este tipo de coisa, Ver. Antônio Losada, que eu reivindico, que se dê tempo à Casa de fazer. Caso contrário, quero deixar bem claro: se tentar atropelarmos a Casa, ao menos os votos da nossa Bancada serão contrários ao Projeto, ganhando ou perdendo. Acho que a Casa não pode ser esquecida, e bem lembrou o Ver. João Dib, houve um acordo com as bancadas de que se faria uma comissão específica para se estudar esse Projeto. É isso que estou, também, cobrando. Muito obrigado.

     (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa fará uma declaração de reconhecimento de erro por parte deste Presidente, ao chamar os inscritos, inadvertidamente, omitimos o nome do Ver. Antônio Losada, que era quem deveria ter sido chamado antes do Ver. Antonio Hohlfeldt. Nós queremos, publicamente, desculpar-nos com o Ver. Antônio Losada que entendeu a situação e tolerou o nosso equívoco. Ficamos gratos a V. Exa. pela compreensão.

Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à chamada para verificação de quórum, a fim de ingresso na Ordem do Dia.

    

(O Sr. 1º Secretário procede à chamada.)

 

O SR. PRESIDENTE: Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Requerimento): Sr. Presidente Reginaldo Pujol, com fundamento em conversações já feitas com as Lideranças dos Partidos que têm assento nesta Casa, eu requeiro a inversão da ordem de votação constante da Ordem do Dia desta tarde. Requeiro a seguinte ordem: primeiramente, a votação - obrigatória, devido ao prazo vencido - do Veto Total ao PLL nº 021/97; em segundo lugar, a votação do PLL nº 186/97, que concede um título honorífico; depois, na seqüência, o PLE nº 043/97, o PLE nº 044/97, o PLE nº 045/97 e PLE nº 046/97, referentes a propostas orçamentárias da Administração Indireta do Município. Se tempo houver, nós prosseguiremos com a ordem já estabelecida na Pauta.

 

O SR. PRESIDENTE: Recebo o Requerimento verbal do Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Aditamento ao Requerimento anterior): Sr. Presidente, faço, apenas, um aditamento: que logo após a votação do PLL nº 186/97, que concede um título honorífico, e antes dos projetos de orçamento, coloquemos a matéria do PLCE nº 003/97, que altera alguns dispositivos da Lei Complementar nº 7.

 

 

O SR. PRESIDENTE: Consultamos o Ver. Juarez Pinheiro se concorda com a alteração proposta pelo Ver. Isaac Ainhorn.

 

 O SR. JUAREZ PINHEIRO: Consultando nossa Bancada, nossa posição do Partido dos Trabalhadores é contrária a essa proposta do Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. GERSON ALMEIDA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, para fazer um apelo, pois já são quase 17h e precisamos, na sexta-feira, por prazo legal, votarmos todo o Orçamento. Gostaria que atendêssemos a solicitação do Ver. Juarez Pinheiro para que pudéssemos resolver a questão orçamentária.

 

O SR. PRESIDENTE: Recolho os Requerimentos e encaminhamentos feitos e coloco em votação o Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro, que propõe a reorganização da ordem dos trabalhos, votando-se o veto ao PLL 021/97, o PLL 186/97, o PLE 043/97, o PLE 044/97, PLE 045/97, o PLE 046/97 e a seguir a ordem normal dos trabalhos.

Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn para encaminhar o Requerimento.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, naturalmente que o PLL 021/97 que envolve o Veto Total sequer precisa ser votado, precisa ser respeitado por força do Regimento, ele está com prazo encerrado e necessariamente deve, imediatamente, ser votado. Não teríamos nada a opor que logo após entrássemos no PLL nº 186/97 que envolve a concessão de título honorífico.

No entanto, Sr. Presidente, chamo a atenção neste momento nós entrarmos no Projeto do Orçamento, que reconheço a prioridade, temos até sexta-feira para votá-lo. Mas temos aqui um Projeto que não tem por que não incluir, na obediência, na condução dos trabalhos normais; senão, é melhor observarmos a ordem regimental que está presente no espelho distribuído no dia de hoje. Ou seja, o veto, que é um procedimento que se quer, pode ser alterado por força do Regimento, e logo após entraríamos no processo normal, independemente de votação, porque é apenas Discussão Geral, que é o Projeto de Emenda à Lei Orgânica, nº 003/97, e imediatamente poderemos apreciar o PLE nº 003/97, que está na Ordem do Dia, por força do art. 81. Depois então poderíamos tranqüilamente votar o Orçamento. Temos até sexta-feira. E, se a Mesa entender necessárias as convocações extraordinária até sexta-feira para votarmos o Orçamento, não há problema nenhum. Nós podemos ir prorrogando os trabalhos de sexta-feira e até o final da tarde nós já teremos votado o Orçamento, sem problema nenhum. Eu não entendo a pressa do PT, de sistematicamente ir adiando o PLE nº 003/97. Eu acho até que é matéria que não tem muita discussão, porque eu entendo que o projeto passará normalmente.

Portanto, nós insistimos, há Bancadas desta Casa , excetuando a Bancada Petista que, por razões não muito explícitas joga sistematicamente esse Processo nº 2440/97 PLE nº 003/97 para o final da Ordem do Dia, exatamente para ele não ser contemplado no dia de hoje, para ser jogado para sexta-feira... E nós insistimos em votar no dia de hoje. Não tem por que em votá-lo no dia de hoje. Não há por que não votar o PLCE nº 003/97 imediatamente após o Veto e a Discussão Geral do Projeto que envolve uma alteração da Lei Orgânica do Ver. Décio Schauren.

Portanto, encaminho contrariamente à alteração da Ordem do Dia, sendo que a nossa proposta se insere dentro de um respeito à ordem estabelecida regimentalmente, que é a sugerida pela Mesa Diretora. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra, para encaminhar o Requerimento.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Isaac Ainhorn já fez nesta mesma tarde um pronunciamento um pouco mais firme do que o que aqui agora fez. Os Vereadores verificaram que ele teve alguns problemas no traquejo do seu discurso que normalmente flui de uma forma tranqüila. Essa proposta foi fundamentada numa conversa com Líderes de quase todos os partidos, apenas o PDT no momento não estava. Eu conversei com o Ver. Luiz Braz, Líder do PTB; com o Ver. Fernando Záchia; com o Ver. Antonio Hohlfeldt, Líder do PSDB; como Ver. João Dib, Líder do PPB; pequei em não conversar com o Ver. Lauro Hagemann.

Peço desculpas. Mas fizemos um acordo de manter essa ordem, e com uma razão lógica. Apreciarmos o Veto é uma questão obrigatória da Lei Orgânica. Nós precisamos votar o Título Honorífico proposto pela Vera. Anamaria Negroni; depois passaríamos para as propostas de orçamento da administração indireta, voltando, após, para a ordem normal. Fundamentados um acordo feito com os senhores líderes das bancadas é que propusemos este Requerimento, e solicitamos que ele seja agora sufragado pelos Srs. Vereadores. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Nós temos uma situação um tanto quanto peculiar neste momento em que reordenamos ou buscamos reordenar a ordem da votação nesta tarde. Ouvia atentamente os Vereadores Isaac Ainhorn e Juarez Pinheiro, e me parece, a primeira vista, que o Ver. Isaac Ainhorn tem razão nesse particular. Nós estamos diante de uma matéria que se encontra ao abrigo do artigo 81 e que está, há vários dias, sendo procrastinado aqui na Casa. Não sei quem requereu o abrigo do artigo 81 para esta matéria, mas quem o fez deve tê-lo feito com alguma razão. Essa matéria não ficou na urgência automática por obra do acaso, já foi requerida por alguém, tendo passado dia, após dia e nós ficamos a considerar esse fato.

 

Eu quero fazer um apelo ao Vereador Líder da Bancada do PT, Ver. Gerson Almeida, e ao Ver. Juarez Pinheiro, para que procedam no atendimento do seu objetivo maior, e me parece que a Casa está disposta a conceder a inversão solicitada, desde que haja a concordância da colocação dessa matéria, que está no abrigo do artigo 81, na ordem das matérias que serão votadas no dia de hoje. Não sei se estou interpretando bem os companheiros que oferecem resistência para votar favoravelmente ao Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro, mas eu sinto que, se ocorrer essa concordância, o assunto estará resolvido. Não quero consumir grande tempo da tribuna, nós estamos em busca de celeridade na votação e todo minuto que economizarmos é útil. Por essa razão, eu me restrinjo a essa colocação, que é mais um apelo no sentido de que haja esse entendimento e que, de imediato, aprovemos o reordenamento dos trabalhos possamos iniciar objetivamente a Ordem do Dia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

    

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra, para encaminhar o Requerimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em primeiro lugar quero dar razão ao Ver. Juarez Pinheiro, quando ele citou este Vereador dizendo que havia-me consultado a respeito da alteração. Quero pedir desculpas, porque, logo após ser consultado, eu pude, com mais atenção, verificar os avulsos distribuídos hoje na Casa e percebi que temos esse Processo, mencionado pelo Ver. Isaac Ainhorn, que está na Ordem do Dia, porque a Bancada de V. Exa., através do Ver. João Motta, pediu o art. 81 da Lei Orgânica para que ele estivesse hoje em votação e que é extremamente importante. É tão importante que poderá influir na votação do próprio Orçamento, que temos que concluir até amanhã.

Acredito que uma das manobras da Bancada petista seria abrir mão do art. 81 para tirar esse Projeto da Ordem do Dia, se isso não acontecer, pedimos desculpas ao Ver. Juarez Pinheiro, mas nos inclinamos a votar contra o seu Requerimento, para deixarmos que esse Projeto possa ser votado com uma certa prioridade, até porque, assim também prioritária é a sua votação acreditou a Bancada Petista, tanto é que pediu o art. 81 para que pudesse ser votado.

Dentro das minhas convicções, eu acredito ser tão importante esse Projeto que poderá influir em toda a votação do Orçamento. Então, se ele tem tanta importância assim ou o PT retira o art. 81; e nós ficamos com o Ver. Juarez Pinheiro na votação dos orçamentos das autarquias, o que eu concordaria desde que seja retirado o art. 81, ou o PT mantém o art. 81 e vamos acompanhar a sugestão dada pelo Ver. Isaac Ainhorn, que é votar contrariamente ao Requerimento do Ver. Juarez Pinheiro para mantermos a ordem normal dos projetos, já que acredito que esse Processo que está na Ordem do Dia tem uma importância vital neste instante. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JOÃO MOTTA (Questão de Ordem): Só para não transitar em julgado aqui no Plenário, pelo menos, já que na Cidade, por um erro, saiu a notícia de que este Vereador tinha pedido o art. 81. Na verdade quem encaminha Requerimentos de Bancada, é praxe da nossa Bancada há 8 anos, sempre é a Liderança; portanto não poderia ser diferente nesse Processo. O pedido foi da nossa Liderança, Ver. Gerson Almeida. Aproveito para informar o Plenário de que há um Requerimento, da nossa Liderança, solicitando adiamento da votação deste Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa entendeu que o esclarecimento foi necessário em função de que houve pronunciamento nesse sentido.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Esclarecimento): Citei o nome do Ver. João Motta porque foi essa informação que recebi quando perguntei para a Diretoria Legislativa se já havia o art. 81. Divulguei essa informação como a recebi, peço desculpas se errei ao referir o autor; de qualquer forma, é da Bancada petista.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar o Requerimento que solicita a alteração na ordem das votações.

 

O SR. JOÃO DIB: Senhor Presidente e Srs. Vereadores. Registro a tristeza que se repete a cada dia em que vamos entrar nesse importante momento que se chama Ordem do Dia. A Mesa, através de seu Secretário, estabelece a ordem de votação. E todas as vezes há alguém querendo alterar, não um ou outro projeto, o que seria normal, mas toda a ordem colocada.

Na segunda-feira, quando vim à tribuna, eu disse que não queria criar obstáculos, mas por todo esse tempo em que já se discutiu se alteramos ou não a ordem, um Projeto de Lei, de minha autoria, que não foi falado, poderia ter sido votado e daria tranqüilidade, ou não até para uma população inteira. O Projeto de Lei que também está sob a égide do art. 81 e que proíbe a construção em parques. Mas, depois que o Prefeito desta Cidade, agredindo esta Casa, disse que era jogo de cena dos Vereadores querer resolver o problema do Parque de Eventos me encolhi um pouquinho. Mas tenho que ficar muito triste. Vejo todos os dias o meu Projeto de Lei aqui. Está na página número 10, e as discussões são sempre depois dela. Não sei por que não votar esse Projeto de Lei também, que proíbe construções em parques municipais, e ficar tudo tranqüilo. Ou então, que as próximas Ordens do Dia sejam estruturadas a partir de um consenso entre a Mesa e as lideranças para que todas as vezes não percamos muito tempo discutindo se as alteramos ou não. Volto a dizer o que disse na segunda-feira: o meu Projeto eu considero importante, mas respeito a posição da maioria. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A votação será nominal a pedido do Ver. Gerson Almeida.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Para um esclarecimento. Estou envolvido em várias outras conversações. Não acompanhei completamente o conjunto de encaminhamentos. Temos dois Requerimentos? O Ver. Isaac fez uma proposta de acréscimo. Quero que a Mesa me oriente sobre esses encaminhamentos. Como ficou a situação de votação? O que se vota agora, e o que se vota depois? Ou se vota um, depois o outro?

 

O SR. PRESIDENTE: No momento em que a matéria iniciou, estava presidindo os trabalhos o Ver. Reginaldo Pujol. Mas sei que temos a seguinte questão: há um Requerimento pedindo a inversão da ordem de votação dos Processos nºs. 0648/97, 3169/97, 3034/97,3036/97,3037/97, 3038/97, votando-se, depois, os demais.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Juarez Pinheiro.(Após a chamada): APROVADO por 16 votos SIM, 10 votos NÃO e duas ABSTENÇÕES.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 0648/97 -  VETO TOTAL AO PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 021/97, de autoria da Verª. Anamaria Negroni, que autoriza a construção de crematórios para incineração de cadáveres de animais e dá outras providências.

 

Parecer

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela manutenção do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- adiada a discussão por uma Sessão;

- discutiram a matéria os Vereadores R.Pujol, C.Sebenelo e E.Guimarães.

     

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM - aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO - rejeita o Projeto, aceita o Veto.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 021/97, com Veto Total.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Esclarecimento): Sr. Presidente, esse Veto começou a ser apreciado na Sessão Ordinária de segunda-feira. Aqui, consta, Sr. Presidente, que discutiram os Vereadores Reginaldo Pujol, Cláudio Sebenelo e Elói Guimarães. Não houve mais Vereadores que discutiram a matéria?

 

O SR. PRESIDENTE: A relação que temos é esta. Podemos conferir na Ata da reunião passada alguma diferença que poderia acontecer. Com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn para discutir.

    

 O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós iniciamos a discussão do Veto do Sr. Prefeito Municipal ao Projeto da Vera. Anamaria Negroni, que autoriza a construção de crematórios para incineração de cadáveres de animais e dá outras providências. Vejam, V. Exas., e aduzia, com muita propriedade, na Sessão Ordinária de segunda-feira, quando discutia a matéria, o Ver. Elói Guimarães, ele asseverava que os projetos de natureza autorizatória para ter a sanção do Sr. Prefeito se fazia necessário ser "amigo do rei". Não fosse essa condição não tem sanção dos seus projetos.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu não sei se é um problema de memória minha, mas V. Exa. poderia ser mais explícito nessa questão, porque eu não vejo essa distinção de tratamento por parte da Administração. Talvez seja um problema meu, de lembrança, de não acompanhamento devido em alguma sessão.

 

O SR. ISAAC AINHORN: V. Exa. é um Vereador, embora de primeira legislatura, um Vereador experiente, que tem feito pesquisas na Biblioteca desta Casa, nos Anais, nos arquivos dos processos que tramitaram em legislaturas anteriores, e sabe que o perfil de grande parte dos projetos autorizativos no período da Administração Petista de Vereador da oposição sempre foi vetado. O Ver. Reginaldo Pujol foi muito explícito nisso na Sessão Ordinária anterior, quando discutia esta matéria; igual o Ver. Elói Guimarães. Está nos Anais da Casa, Vereador. Ver. Juarez Pinheiro, estou agora num processo de discussão deste Projeto e o meu tempo se vai, tenho somente cinco minutos para discutir essa matéria.

Alguns Vereadores queriam apenas encaminhar o Projeto, quando o que se impõe é o aprofundamento da discussão, rumo à derrubada do Veto. Por que a derrubada do Veto? Porque se a Vera. Anamaria Negroni não obteve o sucesso e a benevolência do Sr. Prefeito Municipal de sancionar o seu Projeto, ela quer ver derrubado o Veto para que um dia, um Prefeito que não seja do PT, evidentemente dentro do sistema democrático, Ver. Antônio Losada, quando entrarmos no Terceiro Milênio, existindo esse projeto autorizativo de construção de crematórios para incineração de cadáveres de animais, o Prefeito resolva implantá-lo, a exemplo do projeto do Ver. Adel Carvalho, na década de 60, que autorizava a criação de crematórios em Porto Alegre para incineração dos restos mortais. Infelizmente, até hoje, nenhum Prefeito, das várias nuances partidárias, implementou isso, que é a grande luta do nosso Presidente Clovis Ilgenfritz. Faz trinta anos, foi em 1967, recordo-me. O Prefeito Célio Marques Fernandes sancionou a Lei.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo se inscreve, mas já discutiu na Sessão passada. O Ver. Luiz Braz se inscreve e cede seu tempo ao Ver. Isaac Ainhorn.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Agradeço ao Ver. Cláudio Sebenelo por ter manifestado intenção de me ceder o seu tempo para discutir esta matéria. Aceito a cortesia e o cavalheirismo parlamentar do Ver. Luiz Braz que me cedeu o tempo.

 Vejam V. Exas. o que diz o Veto do Sr. Prefeito ao Projeto da Vera. Anamaria Negroni, o Projeto de Lei em questão visa a autorizar "o Executivo Municipal a construir crematórios com a finalidade de incinerar cadáveres de animais, bem como instalar, por si ou por terceiros, através de concessão de serviços". O Veto deveu-se por ser "iniciativa inorgânica, por ofensa ao art. 94, Inciso IV da Lei Orgânica". E vejam V. Exas. que ela não está implantando serviços. Aí está a correção jurídica que deve ser feita em relação a esta matéria. Ela não está implantando um serviço. Se declarasse que cria um serviço aí sim estaria obrando em inconstitucionalidade, que poderia ser sanada pelo Sr. Prefeito Municipal, por vício de iniciativa. No entanto, ela está apenas autorizando. Vejam V. Exas. que este Projeto tramitou em várias Comissões da Casa. Por exemplo: na Comissão de Saúde e Meio Ambiente o Projeto foi relatado pelo Ver. Pedro Américo Leal, e teve o apoio do Ver. Renato Guimarães ao parecer favorável...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Renato Guimarães.)

 

Está aqui Vereador. V. Exa. aprovou o parecer favorável à criação deste serviço, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Renato Guimarães.)

 

Não é verdade, Vereador. V. Exa. votou a favor, "com restrições". O voto de V. Exa. é favorável. Se V. Exa. desejar um aparte regimental vou conceder com o maior prazer, mas essas manifestações anti-regimentais não são da boa convivência, e vivência fraternal que deve presidir as nossas relações neste Legislativo, no quotidiano de nossas discussões.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte?

 

O SR. ISAAC AINHORN: Já concedo a V. Exa., que sempre de forma cordial, educada e cavalheiresca solicita os apartes. Antes, gostaria de dizer que na Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos o parecer favorável do Ver. Hélio Corbellini foi aprovado por unanimidade. Teve o voto da Vera. Tereza Franco, teve o voto...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Renato Guimarães.)

 

Ver. Renato Guimarães, V. Exa. não é da Comissão de Defesa do Consumidor. Na sua Comissão, está aqui a sua assinatura. Agora, só se a assinatura não for sua. V. Exa. confira se é sua ou não.

Na Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos a Vera. Maria do Rosário também votou favoravelmente. Eu acho curioso que posteriormente aos fatos ...

 

A Sra. Maria do Rosário: V. Exa. permite um aparte?

 

O SR. ISAAC AINHORN: No momento oportuno, Vereadora, se o tempo me permitir.

Eu acho estranho que os Vereadores votam favoravelmente ao Projeto e depois que o Prefeito veta, alguns Vereadores petistas querem ignorar seus votos favoráveis.

 

(Tumulto no Plenário.)

 

O SR. PRESIDENTE: Solicitamos aos Senhores Vereadores que não façam apartes anti-regimentais. Vereador, nós devolvemos o tempo a V. Exa.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Vejam Vossas Excelências que, na Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação também o parecer foi favorável com o voto do Ver. José Valdir, com o voto do Ver. Antônio Losada. Está aqui. V. Exa., também, Ver. Renato Guimarães votou favoravelmente, com restrições, mas votou favoravelmente. V. Exa. sabe que voto com restrições é voto pela aprovação, sim, concordando com o parecer.

Na Comissão de Finanças e Orçamento, também, o Ver. Adeli Sell votou favoravelmente. Está aqui. O relatório é de autoria do Ver. Pedro Ruas.

Eu me escuso com o Srs. Vereadores que me solicitaram os apartes, mas o tempo não me permitiu isso concedê-los.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Isaac Ainhorn, o seu tempo esgotou. Há uma inscrição do Ver. Fernando Záchia.

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu quero solicitar a V. Exa., formalmente como é da natureza de uma Questão de Ordem, que mantenha o silêncio necessário e que contenha as provocações anti-regimentais de Vereadores da Bancada governista, que insistem em apartear este Vereador anti-regimentalmente, não permitindo que este Vereador dê continuidade ao seu raciocínio.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI (Questão de Ordem): Sr. Presidente, está havendo demasiados apartes anti-regimentais, inclusive com o som que foi deixado em aberto para a Vera. Maria do Rosário, quando ela não tinha o aparte.

 

O SR. PRESIDENTE: Já fiz tudo o que foi solicitado, não vou mais aceitar esse tipo de encaminhamento. O som do microfone da Ver. Maria do Rosário estava aberto por acaso, eu não admito que alguém pense que a gente está fazendo uma manobra deste tipo. Desculpe, Vereadora, mas não é esse o nosso comportamento nesta Casa.

 A Mesa pede que haja um cuidado especial para que nós não nos desgastemos com esse tipo de encaminhamento. O Ver. Isaac Ainhorn tem seu tempo garantido.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu quero perguntar a V. Exa. se a Mesa não ouviu, porque eu me inscrevi para a discussão e não foi perguntado a essa Vereadora se abria mão da sua fala, para ceder ao Ver. Isaac Ainhorn. Gostaria que V. Exa. explicasse, estou pronta para entender a questão, e de pronto me penitencio sobre a utilização do microfone aberto. Não quero a abertura do espaço que seria em meu tempo. Não cedo, portanto, meu tempo ao Ver. Isaac Ainhorn, uma vez que ele falou três vezes.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa não tem anotada a inscrição de V. Exa., mas está inscrevendo neste momento e, nesse sentido, a Vera. Maria do Rosário vai ser a próxima a usar a palavra, uma vez que o Ver. Isaac Ainhorn está falando pelo terceiro tempo: primeiro foi usado o tempo do Ver. Luiz Braz; em segundo lugar o do Ver. Luiz Fernando Záchia.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, antes de mais nada, coloco a minha estranheza pela tentativa de cercear a palavra deste parlamentar, uma vez que há uma praxe histórica, nesta Casa, com todas as divergências que porventura possam haver em relação a visões e a questões de projetos. Eu não via isso há muitos anos, nesta Casa; um Vereador se insurgir contra a transposição de tempo, que se constitui numa prática, numa praxe parlamentar consagrada, não só neste Legislativo Municipal, como nos Legislativos brasileiros. É de estranhar esse procedimento. Lamento. Deixo registrada a minha mágoa com esse tipo de procedimento.

Eu gostaria de lembrar também o Parecer favorável do Ver. Pedro Ruas que, na condição de relator do processo na Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, teve voto, na época, do Suplente de Ver. Alberto Moesch e do Ver. Adeli Sell.

Nós também gostaríamos de fazer o registro do Parecer do Ver. Juarez Pinheiro, que faz algumas ressalvas. Eu estou me referindo, nobre Ver. Juarez Pinheiro, ao Parecer de V. Exa., o de nº 87/97.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu precisaria fazer duas referências: primeiro, V. Exa., de uma forma injusta, afirmou que havia dois pesos, duas medidas. Eu quero lembrar aqui um Veto ao Projeto de Lei do Ver. Décio Schauren, de nossa Bancada. A nossa Bancada votou contra o Projeto do companheiro de bancada, visando a manter esse critério que V. Exa. disse que não havia. Num segundo momento, eu quero dizer que é importante que V. Exa. sublinhe para o plenário que este Vereador, enquanto relator na Comissão de Constituição e Justiça, deu um Parecer contrário a esse Projeto, expôs as razões em dois pareceres. É preciso que V. Exa., de forma clara, transmita isso ao Plenário.

 

O SR. ISAAC AINHORN: É verdade, eu já ia chegar aí. A única Comissão - e o seu Parecer foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça - que foi pela rejeição, foi quando V. Exa., Ver. Juarez Pinheiro, foi o relator.

Na Comissão de Economia e Finanças foi aprovado Parecer favorável, no mérito, ao Projeto. Na Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação, no Parecer do Ver. Paulo Brum, com o voto do Ver. José Valdir, entre outros, foi aprovado o Projeto. Na Comissão de Defesa do Consumidor, com relatório de mérito do Ver. Hélio Corbellini, foi aprovado o Projeto, com o voto da Vereadora Maria do Rosário, que o aprovou com restrições. Da mesma forma, o Parecer da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, que diz que o Projeto da Vereadora Anamaria Negroni tem mérito, é importante para a Cidade, indica a sua aprovação. Foi aprovado, apenas com o voto contra do Ver. Gerson Almeida. O Ver. Renato Guimarães votou favoravelmente, embora com restrições.

 Por isso, os Senhores podem ver que a idéia é excelente. Digo - e não sou o único a dizer; isso foi dito na discussão anterior, Ver. Juarez Pinheiro, pelo próprio Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Ver. Elói Guimarães - que os projetos autorizativos, na regra, só são aprovados quando são da Bancada situacionista, e que não merecem sanção quando são de Vereadores da oposição. O Ver. Elói Guimarães usou a expressão: "Só quando se é amigo do Rei". Mas em algumas circunstâncias, em algumas situações - eu concordo com V. Exa. - Projetos da Bancada de V. Exa. são vetados: por exemplo, os dois que V. Exa. referiu. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt solicita licença para tratar de interesse particular a partir desta hora - 17h44min.

 A Mesa declara empossado o Suplente Gilberto Batista, em substituição ao Ver. Antônio Hohlfeldt nos termos regimentais, que integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes.

Com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol, em tempo cedido pelo Ver. Eliseu Sabino.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Isaac Ainhorn, exaustivamente, analisou o Projeto de Lei da Vera. Anamaria Negroni que não logrou a sanção do Sr. Prefeito Municipal, foi por ele vetado. Quero repetir, nesta tarde, parte do que disse na discussão anterior: que não se discute mais o mérito desse Projeto, que foi aprovado por maioria nesta Casa; o Projeto não está em discussão, está em discussão o Veto do Sr. Prefeito Municipal e os fundamentos do Veto, Veto esse que diz que o Projeto da Vera. Anamaria Negroni é inorgânico. E quando se diz que é inorgânico, se diz que é ilegal; inorgânico é aquilo que está em desacordo com a Lei Orgânica.

Este é o quadro que se coloca para a Câmara de Vereadores nesta hora. É aí que entra em discussão a célebre frase do Ver. Elói Guimarães, Presidente da Comissão de Constituição e Justiça que estabeleceu dois tipos de Vereadores na Casa, os amigos e os que não são amigos do Rei, sendo o Rei, Ver. Gilberto Batista, a figura que V. Exa. definiu como sendo o todo-poderoso.

Obviamente, Sr. Presidente, que essa discussão teria que justificar os debates que têm-se processado nesta Casa, especialmente porque em torno dessa matéria a Casa e o Município de Porto Alegre, de certa maneira, já formaram jurisprudência.

Lembrei, na nossa Sessão anterior, de um projeto semelhante, de autoria do Vereador-- Presidente da Casa, Ver. Clovis Ilgenfritz. Aprovado, foi objeto de sanção do Executivo Municipal. Esse projeto era autorizativo também, autorizava a instalação de crematórios para pessoas humanas nesta Cidade, seres humanos. Sancionado sem Veto, deu o precedente. E nós, quando analisamos um projeto, mais do que buscar lei, temos que buscar o precedente. Já se formou orientação nesse sentido, Ver. Adeli Sell, porque se foi legal alguém autorizar o Executivo Municipal para que ele permitisse crematório para seres humanos nesta Cidade, por que não de animais irracionais?

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exa permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nós somos favoráveis a projetos autorizativos, demonstramos isso por votos nossos e de vários companheiros da nossa Bancada. Já houve aceitação de autorizativo por parte do Prefeito. E se eu tivesse um computador para acessar a nossa biblioteca. V. Exas. poderiam verificar que todos nós apresentamos projetos autorizativos, inclusive houve vereadores da nossas bancada que sofreram vetos do Prefeito. Então não existem “amigos do Rei”, existem trinta e três Vereadores com idéias nesta Casa.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço pelo aparte, mas V. Exa, não deve ter prestado atenção no que eu disse. Esta não é uma matéria que não tenha uma orientação já determinada pelo Executivo. Eu não posso entender que o Executivo, quando enfoca uma matéria básica, de seqüência, sancione um Projeto, e que matérias símile, ele vete. Se isso não é discriminar, o que será? Eu quero declarar, Vera. Anamaria Negroni, V. Exa não é “amiga do Rei”! Algo está errado em V. Exa.! V. Exa. carimbou o Projeto e, com isso, garantiu o Veto do Sr. Prefeito Municipal. Eu entendo que nesta hora a Casa tem que tomar uma posição corporativista, sim, temos que defender a nossa prerrogativa de legislar. Não só os “amigos do Rei”, a Vera. Anamaria Negroni também tem o direito de legislar nesta Casa. Teve o seu Projeto aprovado e, como tal, tem que ser considerado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa, por obrigação deste Vereador, precisa esclarecer definitivamente que o Projeto sobre crematório que existe em Porto Alegre foi aprovado em 1967, é de autoria do Ver. Adel Carvalho e foi sancionado pelo Prefeito Célio Marques Fernandes. Não é de autoria deste Vereador, e quem usar novamente isso estará faltando com a ética.

 A Vera. Maria do Rosário está com a palavra, para discutir o PLL nº        21/97.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, concordo com as razões do Veto e quero recuperar, sobre o projeto, a seguinte questão. Os Vereadores amadurecem o debate nas comissões e é natural que esse debate amadurecido possa ser trazido para o Plenário, que é soberano, de uma forma ou de outra. No entanto, Srs. Vereadores, aqui se trata, sim, do mérito além das questões legais, do ponto de vista legal e privativo do Prefeito. Do ponto de vista do mérito, nós temos prioridades em relação ao crematório de animais em Porto Alegre e a prioridade é a educação, a saúde, a segurança pública que se falava. Isso é óbvio. Os recursos do Município, dos 100% colocados, se levados para isso não serão colocados em outra área.

 Srs. Vereadores, quero falar muito brevemente, eu não preciso de quinze minutos para expressar as minhas idéias. Para concluir, temos uma tarde de muito trabalho e o Orçamento do Município para votar. Como eu acho que o Orçamento é prioritário em relação a esse Veto, como já votei contrariamente ao Projeto naquele momento em que ele esteve em discussão e votação no Plenário da Casa, quero dizer, em dois minutos e meio, que vou votar favoravelmente ao Veto do Sr. Prefeito porque Porto Alegre tem outras prioridades, porque a defesa dos animais e as entidades de proteção têm outras prioridades e também porque quero votar o orçamento.

 

A Sra. Anamaria Negroni: V. Exa. permite um aparte?

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: V. Exa. se inscreva. Eu não vou conceder o aparte.

Eu quero votar o orçamento, porque ele é prioritário. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, tendo em vista a manifestação da Vera. Maria do Rosário - importante - de que a prioridade é o Orçamento, e o nosso prazo é dia 30, que cai no domingo, eu indagaria, em primeiro lugar, se é possível amanhã, que não há Sessão Ordinária, convocarmos uma Sessão Extraordinária. Em segundo lugar, e também é uma Questão de Ordem, se é possível no dia 30, que é domingo, a exemplo do Senado Federal, haver Sessão Extraordinária.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): V. Exa., como Vice-Presidente, sabe que não é Questão de Ordem.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, é Questão de Ordem, sim, porque eu quero saber se, a exemplo do Senado Federal, nós poderemos fazer uma Sessão Extraordinária.

 

O SR. PRESIDENTE: Perfeito.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, eu quero, primeiro, que V. Exa. reconheça se o pedido de esclarecimento da realização de Sessão Extraordinária no domingo é possível. Isso é Questão de Ordem.

 

O SR. PRESIDENTE: Vereador, nós vamos lhe responder. O Ver. José Valdir está com a palavra, para discutir.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a gente vê de tudo nesta Casa: Vereadores consultando sobre o que já sabem e dando esclarecimento sobre o que não sabem. São duas as questões a que quero me contrapor de forma veemente. A primeira, é a história dos amigos do Rei. Eu tive projetos vetados pelo Executivo, o Décio, e todos nós tivemos. Agora, é evidente que a Bancada do Governo tem que ter muito menos projetos vetados pelo Executivo, ainda mais a nossa Bancada, que é afinada com o Governo e, com todo orgulho, nós somos a Bancada do Governo aqui na Casa. Portanto, é natural, é da boa política, é expectativa da Casa e da sociedade que a Bancada do PT não apresente projetos que venham a ser vetados pelo Executivo. Mas ainda assim, com esse cuidado e com essa afinação com o Executivo, tivemos projetos vetados. Portanto, essa acusação não procede, é completamente falsa.

A segunda, que eu acho que é uma negação do debate político, é de dizer que, ao votar numa comissão, já se selou o voto e os resultados da votação aqui é de uma simplificação, de uma descrença no debate político desta Casa e é querer afirmar que isto aqui é um circo.

O debate político começa quando o Projeto é apresentado na Pauta, depois temos o período das Comissões, depois o debate em Plenário e se o Projeto é Vetado, volta ao Plenário. Tudo isso são debates políticos ou alguém acredita que o debate político é um circo que não vai influenciar ninguém?

Para mim, Ver. Isaac Ainhorn, não tem nenhum problema, eventualmente, um Vereador mudar de posição. Isso é acreditar no debate político. É acreditar na possibilidade de nos influenciarmos, apesar das nossas diferenças ideológicas e políticas. Não há nenhum erro, nenhum pecado, nenhum equívoco, nada de estranho em se dar um parecer favorável de uma comissão e votar contra o Projeto aqui na Casa. Acredito que, nos 4 anos de legislatura, todos nós passamos por essa situação, porque essa é uma Casa de negociação. Quantas vezes se negocia, nas comissões, um voto favorável a um projeto. Inclusive, vários Vereadores dizem que vão votar favorável ao projeto para que ele tramite sem problema, mas, no Plenário, vão votar contra; inclusive, Vereadores de oposição. E isso é legítimo nesta Casa, porque é uma Casa de pluralidade, de negociação e de debate político.

Mas, temos que acreditar que o debate político não é um mero circo, que o debate político pode ser eficaz, no sentido de vir a modificar o pensamento das pessoas.

Só quem estranha isso são as mentes autoritárias, as que acreditam que tudo que se passa nesta Casa é um circo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Ver. Isaac Ainhorn, respondendo às suas colocações: primeiro, o último dia para a votação do Orçamento não é dia 30, mas é o último dia útil do mês, que é dia 28. A Segunda colocação, se poderíamos fazer uma Sessão Extraordinária no sábado. Não pode. É possível na quinta-feira, desde que haja a concordância da Mesa e das Lideranças.

Em votação a prorrogação da Sessão por 2 horas. Os Senhores Vereadores que concordam permaneçam sentados. APROVADO.

O Ver. Gilberto Batista está com a palavra. Desiste. Ver. Adeli Sell. Desiste. Com a palavra o Ver. João Dib para discutir.

 

O SR. JOÃO DIB: Senhor Presidente e Senhores Vereadores, inteligente, sem dúvida nenhuma, ao Ver. Gilberto e o Ver. Adeli que desistiram. Eu não ia falar, mas, de repente, creio que é preciso colocar ordem na questão. Eu já propus à Mesa, em Requerimento, que ensinasse aos Vereadores o que é uma Questão de Ordem. Falando com o Ver. Pedro Américo Leal, ele me dizia que Nostradamus fez uma profecia de que um monstro dominaria o mundo no fim do século XX, e este monstro tinha um olho só. Depois da televisão, a coisa complicou. Complicou muito, Vereadores que não vinham à tribuna agora usam o Plenário todo como tribuna deles. Temos que ter um pouco mais de seriedade no tratamento das coisas.

O Vou votar contra o Veto do Sr. Prefeito. Eu não vinha a esta tribuna, mas eu sou humano; vou votar, porque considero a Assessoria do Prefeito extremamente incompetente. O Prefeito diz que na forma da Lei Orgânica, estaria contrariado a sua privaticidade para fazer alteração do serviço da Prefeitura. É: "Compete privativamente ao Prefeito dispor de como serão realizados os serviços da Prefeitura"; está escrito na Lei Orgânica. Mas o Prefeito quando tem um projeto autorizativo, não é obrigado a aplicá-lo. Agora, não pode cometer a heresia da sua Assessoria, que aqui diz; "... por fim, cabe referir que nada se tem a opor à construção, pela iniciativa privada, de empreendimentos que tais, desde que a legislação vigente quanto ao assunto seja plenamente observada." Ora, Sr. Prefeito Raul Pont, não escreva coisas como esta e assine embaixo. Se ele queria e pode, por que não aprovar o Projeto que está autorizando a Prefeitura a fazer o serviço ou entregar à entidade privada? Se ele assinou, ele disse aquilo que precisa: faça, sem nenhum problema.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu faço questão, face a sua afirmação relativa à Assessoria do Prefeito, de ler um parágrafo do falecido e inesquecível Pontes de Miranda: "Pressuposto de uma norma autorizativa é a disposição de uma competência originária. O direito da iniciativa legislativa é rigidamente vinculado, é condição ou pressuposto da validade intrínseca da Lei." Comentários da Constituição de 1946, Edição de 1953, volume II, página 306.

 

O SR. JOÃO DIB: Ely Lopes de Meirelles e Pontes de Miranda devem sofrer uma enormidade, porque são agredidos permanentemente. Eu disse que a Assessoria do Prefeito é incompetente. E é verdade. Outro dia, o Prefeito assinou um Projeto, examinado na Legislatura passada, 15 linhas tinha o Projeto - o Prefeito tinha que ter enxergado - que tinha mais de um verbo mal-colocado. Então, eu continuo dizendo que ele é mal-assessorado, não precisava escrever esta última frase e estaria tudo muito bem.

Mas, Sr. Presidente, vamos à votação, sem problema nenhum. Saúde e Paz.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, para que pudéssemos agilizar a Sessão, eu que fui o Relator do Parecer da Comissão de Constituição e Justiça e não usei o meu tempo na discussão. Não poderia, porém, enquanto Relator e enquanto Vice-Líder da Bancada do PT, deixar de encaminhar contrariamente à derrubada deste Veto.

Srs. Vereadores, este Veto é aposto de forma precípua e, por isso, passou pela Comissão de Constituição e Justiça por razões de constitucionalidade, legalidade. Nós podemos fazer o debate político, mas não podemos brincar com a Lei, não podemos ser irresponsáveis. Eu quero chamar a atenção dos Srs. Vereadores para o que diz meu Parecer, cuja cópia já distribuí e cujos embasamentos retirei grande parte dos ensinamentos do nobre Professor cujo nome há pouco proferi, Pontes de Miranda, em Comentários à Constituição.

Vou retirar a parte inicial do meu Parecer e vou ler o que expus e que foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça.

 Ver. Pedro Américo Leal, Vossa Excelência tem tratado, talvez, com a maior visão essa matéria dos projetos autorizativos.

Passo a ler a parte do meu Parecer: "No plano da constitucionalidade e da organicidade estamos em presença de um Projeto de Lei Autorizativo, pressuposto de uma norma autorizativa como ensina Pontes de Miranda que é a disposição de uma competência originária. Ora, a Constituição Federal e a Lei Orgânica do Município guardam o princípio da harmonia e da independência entre os poderes, bem como as esferas de competência privativa. A Lei Orgânica do Município em seu art. 94, inciso IV, diz: ‘Compete privativamente ao Prefeito dispor sobre a estrutura, organização e o funcionamento da administração municipal.’ A construção do crematório, por dispor sobre uma estruturação, atribuição e funcionamento de órgãos da administração municipal, é matéria vinculada à competência privativa do chefe do Poder Executivo Municipal.” Portanto, norma autorizativa, Ver. Pedro Américo Leal, que disponha sobre competência ordinária do Poder Executivo opera no vazio. Implica infringência ao texto constitucional e à Lei Orgânica.

Senhores Vereadores, é preciso que percebamos quando se trata de um projeto autorizativo e o seu significado. A meu juízo, o Ver. Pedro Américo Leal já deu rumo a essa matéria. O projeto de lei autorizativo significa um instrumento um pouco mais forte do vereador para que chame a atenção do chefe do Poder Executivo sobre uma matéria que julga importante e que sabe não ter a competência para apresentar um projeto. Uma vez vetado um projeto de lei autorizativo, não tem como esta Câmara querer derrubar o Veto do prefeito. Isso é irresponsabilidade, isso é gastar dinheiro público, porque depois vamos precisar entrar com uma argüição de inconstitucionalidade e gastar com honorários, papéis, tempo de nossos funcionários, porque está claro que um projeto de lei autorizativo tem que respeitar a questão das competências disposta na Constituição Federal, arts. 22, 23 e 24 repetidos pelo art. 94 da Lei Orgânica do Município.

Além do mais, sabemos, claramente, que esse Veto é perfeitamente correto. Se nós derrubarmos esse Veto, nós vamos demonstrar para a cidade que não conhecemos as leis. Esse Veto foi feito com base em questões jurídicas, por isso, ele foi para a Comissão de Justiça. O Projeto é absolutamente inconstitucional, ilegal e eu renuncio ao meu mandato se alguém me provar que isso não é inconstitucional, que não é ilegal. Senhores Vereadores, vamos parar de brincar aqui. Não é porque há uma televisão agora, que vamos querer fazer brilhatura. Como vamos derrubar um Veto que sob a ótica de legalidade, constitucionalidade, é completamente legal, vamos rasgar dinheiro público? Não é possível. Eu chamo, aqui, a consciência dos Vereadores responsáveis desta Casa. Não é possível derrubar este Veto. Este Veto está juridicamente, constitucionalmente, completamente correto, Srs. Vereadores. Muito obrigado.

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra a Vera. Anamaria Negroni para encaminhar.

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este Projeto já foi exaustivamente debatido nesta Casa, tanto na época de sua aprovação como agora, no momento do Veto. Na realidade, foram ditas tantas coisas como "amigos ou não do rei", etc. Não vou entrar nessa seara, o que importa é o mérito e a legalidade deste Projeto. A legalidade é tranqüila. Quando diz o Prefeito, no seu Veto, que o Projeto é inorgânico, na realidade está dizendo um absurdo, porque é totalmente legal e regimental se entrar com um Projeto Autorizativo nesta Casa. Com relação ao mérito, já foi, aqui, muito bem colocado no momento da sua aprovação, por diversos Vereadores, como agora, na discussão do Veto pelos Vereadores Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol porque trata-se de um problema de saúde pública. Se nós temos grandes problemas em Porto Alegre, problema de desemprego, de educação, etc. , nós temos um problema muito maior, que é o problema de saúde. Esse problema, inclusive, dentro das prioridades apontadas em pesquisas dentro da nossa Cidade, dentro do nosso Brasil, os problemas que mais atingem o povo brasileiro, vem, em primeiro lugar, saúde. Este Projeto viria a sanar o problema de saúde pública.

Temos aqui diversas pessoas que se colocaram apoiando este Projeto. Foi aprovado em todas as Comissões, com exceção da Comissão de Justiça, e a maioria deste Plenário o aprovou e rejeitará, tranqüilamente, o Veto do Sr. Prefeito Municipal. Porque o que se discute no Projeto, volto a dizer, é se é legal, regimental e se tem mérito. E esses pontos principais estão totalmente preenchidos dentro deste nosso Projeto que vem ao encontro do interesse do povo porto-alegrense, no sentido de que temos um problema de saúde pública em Porto Alegre, onde as pessoas não têm onde colocar o seu animal, cão, gato, cavalo que morra, se ele não tem um espaço para sepultar esse cadáver ele tem que colocar no lixo. E sabemos que o lixo vai todo no caminhão do DMLU e nesse lixo existem pessoas da periferia, das ilhas principalmente, que fazem seleção de lixo, em contato direto com esses cadáveres, geralmente em estado de putrefação avançada. Este Projeto viria ao encontro da valorização da saúde pública. Nós, da classe média para cima não estamos diretamente mexendo com o lixo. Os nossos garis, muitas vezes, recolhem o lixo não utilizando as luvas de proteção.

Sem dúvida esse Projeto vai se tornar Lei, porque vamos derrubar o Veto, a maioria dos Vereadores já concorda com isso. Já agradecemos a todos os Vereadores que pensam na saúde pública porto-alegrense. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Serei sucinto. Já houve casos de projetos autorizativos aprovados por S. Exa. o Sr. Prefeito. Agora, este foi vetado e, sem dúvida, o art. 94 da LOM lhe autorizava a tanto, mas a incompetência da sua assessoria preciso destacar e fazer uma séria denúncia de saúde pública.

É o Prefeito que assina que anualmente 40 mil animais mortos são colocados no aterro sanitário. Quem conhece o aterro sanitário sabe que está-se fazendo uma agressão à saúde dos moradores de Porto Alegre. Por esta razão e pela frase que o Prefeito coloca no ofício: "Por fim cabe referir que nada se tem a opor à construção pela iniciativa privada de empreendimentos..." acho que deve ser rejeitado o Veto e o Prefeito que faça a utilização do Projeto aqui apresentado para pensar: se ele não vai fazer o que deve para cuidar da saúde pública, que chame a atividade privada e pense uma maneira de consumir com 40 mil animais, 110 por dia. Não fui eu que disse, foi o Prefeito que assinou. O Prefeito é o meu Prefeito e eu confio naquilo que ele assina. Gosto dos números do PT. Saúde e paz. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, muito se discutiu sobre este tema e se fez algumas reflexões em cima de responsabilidades ou irresponsabilidades. Creio que todos os Vereadores, aqui presentes, são responsáveis. Não tenho nenhuma dúvida quanto a isso. Então, nós temos que discutir o Projeto e não o posicionamento do Vereador pró ou contra, se ele vai ser responsável ou irresponsável.

Agora, eu me deparo, realmente, com uma questão de saúde pública. Vou posicionar-me de maneira contrária o Veto. Ao mesmo tempo eu acho que o Prefeito tem o poder de acolher e poderá fazer, se quiser, - isso sim - a concessão da natureza desse serviço para uma instituição privada. Caberá, única e exclusivamente, ao Poder Executivo. Isso sim vai ser uma atitude altamente responsável do Sr. Prefeito.

Eu tenho certeza de que todas aquelas pessoas que cuidam dos animais, principalmente, clubes de veterinários, carecem desses locais. E de maneira responsável somos a favor do Projeto. Temos certeza de que o Sr. Prefeito ao acolher vai fazer a concessão desse serviço. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta Casa quando aprovou o Projeto da Vera. Anamaria Negroni sabia que no parágrafo único, do artigo 1º, a situação a que se refere o ilustre Prefeito Municipal já estava contemplada.

O que diz o parágrafo único? Vou ler: "Parágrafo único - Obedecida a legislação vigente, a instalação e funcionamento de fornos crematórios, quando realizados por terceiros, ficarão sujeitos à fiscalização permanente do órgão municipal competente."

Ora, o Sr. Prefeito diz que se a iniciativa privada quiser fazer que não haverá impedimento. Há sim, não lhe serão permitidos, se não houver a lei que, em boa hora, a Vera. Anamaria Negroni trouxe à consideração desta Casa, que logrou ser aprovado por 17 votos contra 12 votos. Quero dizer à ilustre Bancada do Partido dos Trabalhadores que, quanto mais se discute esse assunto, mais me convenço da necessidade de derrubarmos este Veto. Ele não tem a menor consistência, os argumentos são os mais fracos e podem ser todos eles utilizados em favor do Projeto da Vera. Anamaria Negroni e nunca contra o Projeto, não é inorgânico. É uma barbaridade dizer que hoje a Secretaria Municipal de Saúde recolhe os animais mortos, esse é o fato pelo qual se quer um crematório, isso estaria ensejando um envolvimento na administração e organização da Prefeitura Municipal, isso é um exagero, é fazer uma leitura equivocada, exagerada do art. 94, parágrafo 4º da Lei Orgânica do Municipal. Não há, de modo nenhum, qualquer afronta a esse dispositivo na lei da Vera. Anamaria Negroni, essa lei tem condições plenas de ser mantida por esse sodalício e tenho a esperança e convicção de que será feito. É uma boa lei, nem mesmo esse sentido autorizativo que foi, entre aspas, colocado na lei pode ser determinante de uma reação tão inconseqüente como essa que ocorreu.

 Então, encaminho o voto da Bancada do Partido da Frente Liberal em meu nome, em nome do Ver. Gilberto Batista, Vera. Anamaria; estaremos com o seu Projeto até o fim, esperamos que a Casa assim o faça e que possamos oferecer à cidade de Porto Alegre esse instrumento moderno, adequado a uma grande cidade que tem que se prever dessas situações, que não pode ficar vendo sendo enterrados animais em parques na via pública, em todo o lugar por inexistir uma forma adequada de se enfrentar essa situação da vida urbana, especialmente uma cidade como Porto Alegre, onde predominam habitações múltiplas com apartamentos, habitações coletivas, onde inexistem sítios, áreas, terra, onde é necessário ser previsto lugares especiais para isso. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. 1º Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a votação do PLL n° 021/97. (Após à chamada. ) Por 17 votos SIM, 14 votos NÃO. Está REJEITADO o Veto e APROVADO o Projeto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 3169/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 186/97, de autoria da Verª Anamaria Negroni, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Senhora Izabel Ibias.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL Nº 186/97, de autoria da Vera. Anamaria Negroni. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, para discutir.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é natural que a Casa esteja surpresa por eu vir discutir o Projeto de Lei da Vereadora Anamaria Negroni, que concede o Título de Cidadã de Porto Alegre à Sra. Izabel Ibias.

O fundamento da minha vinda à tribuna é, basicamente, o seguinte: a Casa há de considerar que nós estamos votando uma matéria que precisa de quórum privilegiado. Nós precisamos de 22 votos para aprovar esse Projeto de Lei, que teve tramitação pacífica, aprovação de todas as Comissões, apoio de todas as Lideranças e de vários Vereadores que firmaram o Projeto de Lei com mais de 13 assinaturas de apoio, numa demonstração de que havia um consenso na Casa, da correção da iniciativa da Vereadora Anamaria.

 Eu alerto os Vereadores, especialmente a autora, dos riscos de se votar uma matéria como esta, neste horário, sem um levantamento prévio da existência do número necessário para se obter o quórum privilegiado.

 A minha presença na tribuna não é para discutir o mérito da proposição, absolutamente correto. Eu ofereci o meu apoio quando da tramitação e conheço a pessoa objeto da homenagem. Só que, Vereadora Anamaria, é o "feeling", é a sensibilidade, é a inteligência do autor que dirá da oportunidade da votação dessa matéria. Eu estou alertando a Casa que essa Senhora, que, todos concordam, merece essa homenagem - ninguém ofereceu resistência -, não pode ser submetida a risco, se não se fizer um levantamento prévio da potencialidade de se obter os 22 votos, absolutamente necessários para que se cumpra um mandamento da Lei Orgânica que determina a votação. Se isso estiver garantido, eu estou aqui para dizer que apóio e que todos podem dizer: "Não tem mais nada o Ver. Pujol que fazer na tribuna, porque já cumpriu a sua tarefa". Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Cláudio Sebenelo para discutir.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero apelar a esta Casa para que arrebanhasse, de qualquer maneira, esses 22 votos, porque eles são para homenagear uma pessoa que é de todos conhecida pelo seu trabalho na televisão.

Mas, quero me reportar a uma peça de um grande autor, Dürreumatt, ele tem uma obra prima chamada "The visit", a visita que foi estrelada no cinema por Ingrid Bergmann e Antonhy Quinn e representada por Natália Timberg, por Cassilda Becker, Walmor Chagas no Teatro Brasileiro de Comédias, reproduzido aqui em Porto Alegre por nossa homenageada que na tradução do texto ficou: "A visita da velha senhora". Esta velha senhora é a nossa consciência.

Apelaria à consciência coletiva desta Câmara que reunisse todos os Vereadores, todas as forças neste fim de tarde para aprovar uma pessoa que aqui em Porto Alegre teve a coragem, no Instituto Goethe, de levar esta peça à nossa sociedade. Uma peça difícil de ser representada, principalmente pelo seu grande mérito cultural, pelo seu trabalho no debate político, debate intelectual na TV Cultura merece de todos nós, não só a consideração, e o mérito da proposta feliz da Vera. Anamaria Negroni, mas também a busca, o resgate desta velha senhora, que é nossa consciência, que culturalmente sabe que precisamos, cada vez mais, incentivar a cultura e aqueles que, aqui, com todas as dificuldades, fazem da cultura a sua finalidade de vida. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLE nº 186/97. (Após a chamada.) Por 25 SIM, está APROVADO o Projeto.        

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 3034/97 -  PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 043/97, que estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Água e Esgotos - DMAE para o exercício econômico-financeiro de 1998.

 

Parecer

- da CEFOR. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- o Projeto será votado com as Emendas com Parecer pela aprovação, nos termos do Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- para a votação em separado de Emenda com Parecer pela aprovação ou rejeição, será necessário requerimento nesse sentido, subscrito por um terço dos membros da Casa - Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- somente Emendas subscritas pela maioria dos membros da CEFOR são admitidas nesta fase (Art. 120, Parágrafo único, do Regimento);

- “quorum” para aprovação: maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores - Art. 53, “caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, para discutir o PLE nº 43/97.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu coloquei no início da Sessão para o Ver. Juarez Pinheiro que, no meu entendimento, não se deveria votar os Orçamentos das autarquias antes da votação do Orçamento da Administração Centralizada. Eu mantenho essa posição porque acho que um é dependente do outro. O DMAE é uma situação especial, porque ele gera os seus próprios recursos, não há transferência de recursos do município para o DMAE, o que transforma, no caso, o seu orçamento absolutamente apartado do restante do orçamento municipal. Estou colocando esse fato porque, com relação aos demais projetos, ao Projeto da FESC, do DEMHAB, do DMLU, estes são altamente vinculados com o que for aprovado no Orçamento da Centralizada. Aliás, nós temos observado nesses últimos dias a necessidade de suplementações no orçamento em vigor, o que demonstra o vínculo de um com o outro. Se não forem previstos valores adequados na Centralizada para a manutenção da FESC, do DEMHAB, do DMLU estão comprometidas as suas atividades. O DMAE, repito, é uma situação especial; ele se mantém com sua receita industrial, com a cobrança da tarifa da água, que é o que mantém a autarquia e que possibilita os seus investimentos.

Vejam bem os senhores, como se verifica na proposição eu entendo que no caso do DMAE deveria ser diferente, porque as receitas do DMAE são todas próprias, são todas decorrentes da sua atividade. Acredito que os técnicos do DMAE sejam mais capazes do que os técnicos do Município e que tenham estimado a Receita e fixado a Despesa com mais correção do que usualmente tem ocorrido nos outros organismos do Município, onde sempre estamos diante de uma distorção, eis que é sempre estimada uma receita a menor, o que, evidentemente, gera as distorções que depois se registram ao longo do exercício orçamentário.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Não sei se é o dia de hoje, mas a impressão que tenho de alguns pronunciamentos de Vereadores da oposição, incluindo V. Exa., é que estão sendo injustos com a forma como temos tratado a coisa pública, porque V. Exa. não pode desconhecer que o Orçamento é uma previsão e que bom que o DMAE, o DMLU e outras instituições que tenham arrecadação própria arrecadem mais do que o previsto, porque isso reverterá em benefício da população. Eu não estou entendendo o seu pronunciamento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: V. Exa. entenderá, quando eu disser que me espanta o percentual de erros. No caso do DMLU chega a quase 20% a estimativa. “Data venia”, Ver. Adeli Sell, é um exagero neste particular e isso tem reflexo no conjunto de todo o Orçamento do Município, especialmente, porque justifica essa subestimação da receita em que se lastreia alguma proposição, entre outras coisas, alteração de alíquotas, alteração de bases tributárias, que é pretensão clara, neste momento, de parte do Executivo.

Então, eu quero, com relação ao DMAE, dizer que eu fico na esperança que o conceituado corpo técnico do DMAE tenha nos oferecido um orçamento realista, que pode errar na estimação da Receita, mas que não o faça de forma tão aguda, tão profunda e tão flagrante, que isso, evidentemente, nos coloca em pânico. Para nos tranqüilizar, eu diria que, com relação ao DMAE, eu não tenho dificuldade de acompanhar o Relatório do ilustre Relator Conjunto, que propõe a sua aprovação. Devo me integrar entre aqueles que oferecerão o voto favorável à aprovação deste Projeto de Lei. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a Discussão. Em votação. O Ver. Luiz Braz está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, com relação ao DMAE, eu acredito que o Ver. Reginaldo Pujol encaminhou muito bem. Eu concordo com os argumentos do Vereador no que diz respeito às Autarquias, que é a única que não oferece, realmente, problemas, para que nós possamos, aqui, aprovar o seu Orçamento, porque o DMAE independe de transferência de recursos da Administração Direta para os seus cofres. Ele tem os seus recursos próprios. Eu só questiono, aqui, o seguinte: a receita do DMAE deveria estar sendo lançada como taxa, porque, na verdade, ela é uma taxa. Ela está, aqui, como tarifa. Eu confesso que não estou fazendo uma afirmação. Estou até me valendo do conhecimento dos Vereadores que estão no Plenário e que poderiam me elucidar, porque é um serviço colocado à disposição da população para que possa ser utilizado e a sua utilização é que vai ocasionar o pagamento.

Acredito que é uma boa discussão para ser feita entre os Vereadores, porque essa dúvida que me assalta não deve ser só minha. Acho que todos aqueles que conhecem orçamento e tributos sabem que existe uma diferença que não é muito grande e que separa taxas de tarifas. A taxa vai estar entre os tributos e a tarifa está nos preços públicos.

Fiquei realmente na dúvida e acredito que o Ver. Elói Guimarães tinha certeza quando ele afirmou para este Vereador que a melhor definição fica com o preço público e não temos nada para contrariar a aprovação do Orçamento do DMAE. Aliás, é a única autarquia que nós, Vereadores, deveríamos votar antes do Orçamento da Administração Direta, porque todas as outras autarquias dependem dos repasses dos recursos da Administração Direta e como ainda não teremos aprovado o Orçamento da Administração Direta, vai ficar muito difícil votar o orçamento das outras autarquias.

A dúvida que assaltou este Vereador foi só deste Vereador e não é por causa dela que vou deixar de votar essa matéria. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLE nº 043/97. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 3036/97 -  PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 044/97, que estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB para o exercício econômico-financeiro de 1998.

 

Parecer

- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- o Projeto será votado com as Emendas com Parecer pela aprovação, nos termos do Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- para a votação em separado de Emenda com Parecer pela aprovação ou rejeição, será necessário requerimento nesse sentido, subscrito por um terço dos membros da Casa - Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- somente Emendas subscritas pela maioria dos membros da CEFOR são admitidas nesta fase (Art. 120, Parágrafo único, do Regimento);

- “quorum” para aprovação: maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores - Art. 53, “caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE nº 044/97. Com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol para discutir.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Departamento Municipal de Habitação para realizar as suas tarefas depende, entre outras coisas, e, fundamentalmente, de recursos que lhe são transferidos pela Administração Centralizada. Isso caracteriza uma situação de inversão, absoluta, no processo legislativo porque nós estamos, Ver. Pedro Américo Leal, e eu quero salientar a V. Exa. que não é apenas uma situação formal que eu estou retratando, é uma situação prática, nós estamos aprovando um Orçamento no pressuposto que o outro Orçamento, isto é, o da Administração Centralizada vai ser aprovado. A hipótese, que não é absurda nem impossível, de que o Orçamento da Administração Centralizada viesse a não ser aprovado transformaria essa nossa decisão de aprovar o orçamento do DEMHAB altamente dependente dos recursos que lhe são transferidos pela Administração Municipal, como está aqui expresso, não fosse aprovado o Orçamento da Administração Centralizada, como é possível que possa não ocorrer, estaríamos diante de uma situação paradoxal em que estaríamos concedendo, autorizando, afirmando alguma coisa que depende de um pressuposto.

Esse vezo ocorre anualmente aqui na Casa, já estou acostumado, Ver. Lauro Hagemann, a registrar esse fato. Como o Orçamento da Administração Centralizada é mais complexo, exige maiores reparos, maiores discussões, ele sempre fica para o final, e isso resulta, como o gaúcho costuma dizer, na colocação da carreta na frente dos bois. Porque decidimos o acessório sem antes ter decidido o principal.

Veja bem, Ver. Luiz Braz, V. Exa. que me honra com a atenção, V. Exa. se entender de modificar, pelo menos no que diz respeito ao Orçamento do DEMHAB, no Orçamento da Centralizada no recurso que pretende transferir ao DEMHAB, não vai poder mais fazê-lo. V. Exa. está indiretamente, pelo menos nesse particular, já aprovando o Orçamento da Centralizada. É a aprovação indireta.

Eu nem sei, Sr. Presidente, se é correto, se é legal isso que nós estamos fazendo. Nem sei, tenho as minhas fundadas dúvidas. Vão dizer, Ver. Elói Guimarães, que estou excessivamente formalista nessa hora, que é claro que vão aprovar o Orçamento, mas não é tão claro assim! Não é tão claro assim! O Orçamento veio repleto de emendas, com uma série de alterações que eu não sei se não refletem sobre essa situação. Não sei se não há emendas na lei de meios da Administração centralizada que proponham aumento de recursos para o DEMHAB. Não sei! Gostaria até que tivesse. Acho que os recursos que são colocados à disposição da habitação popular são muito escassos. Evidentemente, Sr. Presidente, se tiver na Administração Centralizada alguma emenda nesse sentido, vai ter o meu apoiamento. E eu não quero prejudicá-la. Se tiver que votar esse Orçamento agora, invertendo o processo, colocando a carreta na frente dos bois, vou votar contra, porque é uma ficção, parte de uma presunção de que será uma lei que lhe assegura os recursos que estão aqui previstos. A presunção é possível de ser realizada? Sim, mas que ninguém tenha a segurança da infalibilidade de que isso venha a acontecer.

 No presente momento, esse Orçamento é vazio porque depende de uma lei anterior que aprova o Orçamento da Administração Centralizada, onde se consignem os recursos que formam a maior parte do Orçamento do DEMHAB.

 Era isso que eu tinha a dizer sobre a matéria, numa posição que não tem a concordância do Ver. João Dib, mas que repito, com as cautelas que me cabe ter nessa hora. Muito obrigado.

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Talvez eu possa retirar alguma dúvida daquelas colocadas pelo Ver. Pujol, até porque fui Relator desta matéria na CEFOR.

O que poderia acontecer, Ver. Záchia? O máximo que poderia acontecer seria não aprovarmos esse Orçamento. O que aconteceria então? Iríamos utilizar o Orçamento de 1997.

Digo a V. Exa., Ver. Pujol, que o Orçamento de 1997 foi um orçamento rico para o DEMHAB, nos investimentos. Enquanto que para 1998 estão sendo previstos 21 milhões para o fundo de investimentos do DEMHAB, para este ano, 1997, tivemos orçados 28 milhões. Foi dito, no final do ano passado, quando estávamos aprovando o Orçamento do DEMHAB, que uma das tônicas da administração pública do nosso Município seria exatamente a construção de casas, para a qual seria dada uma atenção muito especial. E, realmente, o orçamento do DEMHAB para este ano, 1997, foi mais recheado; para o ano que vem será mais empobrecido. No ano que vem, parece, pelo menos, pelo que vimos, as atenções da Administração Popular não estarão voltadas para construção de casas, já que neste ano, mesmo com o orçamento polpudo, recheado, não se soube, por exemplo, de casas que tivessem sido construídas, assim, em grande quantidade, que pudesse justificar esta grande tônica no orçamento do DEMHAB para este ano de 1997.

Então, Ver. Reginaldo Pujol, na verdade, a única coisa que poderia acontecer é não aprovarmos o Projeto e o DEMHAB ficar com mais recursos para 1998, porque a quantidade maior de recursos está exatamente nas transferências correntes. E as transferências correntes é que poderiam determinar algum problema nesse projeto de orçamento que estamos discutindo.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador Luiz Braz, é de se notar que não há emendas ao Projeto de Orçamento do DEMHAB. Portanto, não há vinculação com a proposta orçamentária da centralizada, com alteração que possa ter havido lá, em relação ao Departamento Municipal de Habitação. É por isso que eu contrariava o Ver. Reginaldo Pujol, porque o restante V. Exa. colocou muito bem, pois se rejeitássemos, nós, o Orçamento para o ano que vem valeria o deste ano e as operações com o DEMHAB poderiam ser realizadas com tranqüilidade.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Imagine, V. Exa., que aí as transferências seriam um problema. Vamos encontrar as transferências, a origem, lá no Orçamento da Centralizada, e seriam a maior, porque valeria o orçamento deste ano. Nós, na verdade, ao aprovarmos este Orçamento, pelo menos no caso do DEMHAB, não teremos problemas maiores com relação à votação que iremos fazer, posteriormente.

Agora, negando, teremos que incluir recursos a mais para o DEMHAB e, aprovando, vamos, apenas, consolidar aquilo que está aqui, já que não existe nenhum tipo de emenda, que tenha passado na Comissão de Finanças, relacionando algum item do Departamento Municipal de Habitação, muito menos o item que poderia ser alterado, que seria o das transferências correntes.

Com relação ao DEMHAB, vou votar favoravelmente. Mas, com relação às outras autarquias, fica com razão o Ver. Reginaldo Pujol, no seu encaminhamento, que teríamos de deixar a votação dos demais Projetos de Orçamento para depois da votação do Orçamento da Centralizada. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação. Para encaminhar, Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Ouvindo com atenção o Ver. Luiz Braz, relator da matéria, um dos mais qualificados integrantes desta Casa, vi reforçadas as minhas preocupações além de ver aumentadas as minhas angústias. O Vereador disse aqui, com a responsabilidade de quem é Relator, que existe uma redução na ordem de 30% nos investimentos do Município na área da habitação popular. Eu que já vi com tristeza correr este ano, proclamado como o ano da habitação popular, sem a realização de obras concretas neste setor, tenho mais razões ainda para ficar perplexo diante da circunstância de que o ano de 1998, pasmem, será pior do que o ano de 1997. O raciocínio desenvolvido por V. Exa. é de uma lógica cartesiana e corrobora por ter as nossas preocupações. Se eventualmente viesse a ocorrer alguma restrição à aprovação do Orçamento da Centralizada a situação de paradoxo que ficaríamos seria um verdadeiro abismo.

Quero colocar, com toda a tranqüilidade, que não quero ser o Dom Quixote contra os moinhos de vento. Estamos teimando todos os anos em fazer desse jeito, tanto se vai na cacimba que um dia ela seca. Não é assim que a gente faz as coisas, não sei por que todos os anos teimamos em primeiro votar o Orçamento às autarquias e depois votar o Orçamento da Centralizada. Não há razão para que se faça isso. Até facilitaria a votação dos orçamentos das autarquias, se antes fizéssemos um grande debate sobre o Orçamento da Centralizada, decidindo sobre a matéria e, com a maior tranqüilidade, enfrentaríamos os acessórios que são os orçamentos decorrentes, os orçamentos vinculados, no caso, o Orçamento do Departamento Municipal de Habitação.

Ver. Luiz Braz, eu até sou tentado, mais do que nunca a votar contra esse Orçamento. Votar contra esse Orçamento produz na prática o que V. Exa. está dizendo, além de reforçar o que eu estava afirmando, porque o Município ficaria com a responsabilidade de honrar o Orçamento anterior, e não previu, o Orçamento atual, recursos desta ordem, vinculou um com o outro, está escrito aqui aquilo que está escrito lá no Orçamento da Centralizada. Eventualmente, se dispusermos em contrário aqui, por exemplo, rejeitando o Orçamento, o que vai ocorrer? O Orçamento a ser realizado será o do ano anterior, que tem números bastante elevados, superiores aos colocados aqui neste Orçamento.

Então, estamos diante de um paradoxo: coloco, essa questão até procuro fazê-lo de forma isenta e didática, para que a Casa se aperceba de como incidimos com freqüência em equívocos, apenas pela pressa de fazer alguma coisa que poderia, se melhor pensado, ser melhor ordenado e realizado de forma diferente.

Mantenho a posição anterior. Fiquei reforçado nesta posição com a argumentação do sábio Ver. Luiz Braz e, ao reforçar essa posição, aumento a minha convicção de que este não é um Orçamento que mereça tanta atenção da minha parte, afinal o Município, que alardeou que esse ano iria ser o ano da habitação popular, nos apresentou resultados insignificantes, reduz a sua participação no segmento e nos leva ao verdadeiro pânico: se já está ruim, vai ficar pior. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar tem a palavra o Ver. Luiz Fernando Záchia.

 

O SR. LUIZ FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Encaminho a matéria rapidamente. Ouvi o Ver. Reginaldo Pujol, e sempre me pautei neste Casa pela preocupação com a habitação popular. Entendo que é uma deficiência do Município, uma deficiência do Estado do Rio Grande do Sul. Constroem-se poucas casas populares neste Estado e nesta Cidade.

Ver. Elói Guimarães, V. Exa. bem sabe que o "déficit" habitacional no Município de Porto Alegre: hoje, são 92 mil unidades. Então se tem muito o que fazer em Porto Alegre, se tem muito o que investir na questão habitacional. E lendo este Orçamento, quando fala a previsão é de R$ 31 milhões, evidentemente, é pouco. O Ver. Reginaldo Pujol me alertava que, se não aprovarmos esse Orçamento, o que vai valer é o Orçamento passado, Ver. Cláudio Sebenelo, que é de R$ 40 milhões. Se temos a preocupação que deva ser investido mais em habitação popular em Porto Alegre, se concordar que R$ 31 milhões é suficiente, menos mal seria que nós não aprovássemos isso, para que possa valer o Orçamento anterior que é de R$ 40 milhões. Com R$ 40 milhões será possível minimizar o efeito e será possível construir um pouco mais do que com os R$ 31 milhões.

     Se a política do Executivo Municipal é não priorizar a área da habitação, mesmo entendendo que a área de habitação é uma área extremamente importante para Porto Alegre, e mesmo sabendo que existe esse déficit habitacional em Porto Alegre, não quero ser parceiro em reduzir os valores do investimento para habitação popular. Se depender de uma estratégia política nossa, vamos fazer valer o Orçamento anterior, já que é maior do que o proposto de R$ 31 milhões. É possível que, com R$ 9 milhões a mais, possamos minimizar esse "déficit" habitacional. Sem dúvida alguma, sou o primeiro a não querer votar esse para fazer valer o anterior, porque entendo que é uma área que deva ter, por parte do Município de Porto Alegre e por parte do Estado do Rio Grande do Sul, esta prioridade que todos nós queremos. Por isso me uno ao Ver. Reginaldo Pujol e entendo que é preferível que nós façamos valer o Orçamento passado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Agora fica muito válida aquela frase que é dita pelo Ver. Lauro Hagemann: "O diabo sabe mais por velho do que por diabo". Esta frase está valendo agora para o meu amigo Reginaldo Pujol, por tempo de Casa. Ver. Pujol, enquanto este Vereador apenas se preocupou com a legalidade, no caso do orçamento do DEMHAB, V. Exa. estava indo bem além do que o raciocínio deste Vereador. V. Exa. estava preocupado com as dotações para a área de investimento do DEMHAB para o ano que vem, que foram reduzidas neste Orçamento que nós estamos votando, mas que podem ser salvas, se nós negarmos esse Orçamento que está sendo proposto, porque ao negarmos esse Orçamento, nós vamos estar fazendo com que tenha validade o Orçamento de 1997, que é maior que o Orçamento de 1998 e, acrescido da inflação, que é exatamente o que diz a legislação.

Eu estava apenas raciocinando em termos de legalidade, com relação ao Orçamento. Dizia eu que nós poderíamos aprovar este Orçamento, que não teríamos problemas, depois, com relação à Centralizada, pelo menos no caso do DEMHAB. Mas eu acho que está mais correta a interpretação feita pelo Ver. Pujol, porque nós temos que trazer e, depois, é confortada, inclusive pelo meu amigo Fernando Záchia. Está corretíssima. Nós temos que pensar em mais dotações para a área do DEMHAB, porque será a construção de mais casas. Quem sabe as casas que não foram construídas este ano, que deveriam ser construídas e não foram construídas ou pelo menos nós, vereadores, não conhecemos estas casas, não foram apresentadas estas casas para nós, então quem sabe, agora, se nós dermos novamente um bom orçamento para o DEMHAB, quem sabe esse bom Orçamento será suficiente para que ele possa construir outras unidades? Que os Vereadores tomem conhecimento dessas unidades, porque nós temos, por obrigação, de saber das deficiências do Poder Executivo, mas temos que também saber daquilo que é feito pelo Poder Executivo para beneficiar a população. E, pelo menos com relação ao DEMHAB, as construções que deveriam ser feitas, se foram feitas, os Vereadores desta Casa, pelo menos os de oposição, desconhecem.

Eu não conversei com nenhum Vereador desta Casa que conhecesse as unidades do DEMHAB que foram erguidas com os recursos a mais que nós colocamos para o Orçamento do ano de l997. Nós vamos repetir esse Orçamento para 1998. Está certo o Ver. Pujol e o modo de fazer isso é negando o Orçamento que está proposto para l998, porque, aí, nós vamos reeditar o Orçamento de l997, acrescido da inflação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu quero participar do debate na tentativa de dar algumas contribuições e para fazer um apelo à inteligência e à acuidade de alguns Vereadores, em especial do Ver. Reginaldo Pujol.

Evidentemente que, rejeitado o Orçamento do DEMHAB, pode ocorrer que essa instituição fique sem autorização para aplicar os recursos ora pedidos na referida peça.

Há discussão; a tese não é mansa e pacífica, quando se diz que não sendo aprovado o Orçamento, automaticamente vige o Orçamento atual. É uma matéria discutível. Basta nós compulsarmos os doutrinadores e vamos constatar, efetivamente, que há discussão a respeito desse aspecto: fica-se sem Orçamento ou aplica-se o Orçamento vigente?

Mas o que eu entendo, Sr. Presidente e Srs. Vereadores - e fica um apelo aqui -, é que, embora desejasse que mais recursos fossem alocados para a habitação, dada a sua grandeza, dada a sua importância, o fato é que nós temos que reconhecer algumas prerrogativas de visão política, de planejamento de parte do Executivo. Podemos criticar, sim, e o fizemos agora, por entender que mais verbas, mais recursos se deveriam alocar à habitação. Mas, na ótica do Executivo, que é quem formula, exatamente, com base na capacidade, na sua previsão de arrecadar a sua despesa, o Executivo entende de deslocar recursos às outras áreas que não essa. Ele, indiscutivelmente, incrementa recursos às outras áreas e deixa de fazê-lo à habitação. É um equívoco, deveria proceder de forma diferente? É uma discussão política que pode remeter, até, à crítica.

 Agora, o apelo que vou fazer aqui é de que preservemos, com as críticas averbadas, preservemos essa visão que tem o Executivo de dotar o DEMHAB, dos recursos que apresenta no referido Orçamento.

 É um apelo que faço aqui, até porque, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, há toda uma discussão. Não é absoluta a afirmação de se dizer que, rejeitado o Orçamento, vige o Orçamento atual. Isso não é absoluto. Há discussão sobre a matéria.

 É neste sentido o apelo para que se vote favoravelmente ao Orçamento ora apresentado e não, em rejeitando, esperar uma aplicação a mais. Porque isso criaria, em nível do Executivo, um desarranjo na alocação de recursos e naqueles setores que ele entendeu de privilegiar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador. )

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Requerimento): Sr. Presidente, considerando a proposta, até prova em contrário, inédita, inusitada de alguns Vereadores da oposição de votar, "in totum", contra o Orçamento de um órgão da Prefeitura, para fazer valer o Orçamento anterior; considerando, também, as conseqüências e a gravidade dessa iniciativa política; as conseqüências para a Cidade, para o conjunto do Orçamento e para as relações entre os poderes. Eu encaminho o seguinte Requerimento: gostaria que a Mesa informasse se em, algum momento, na história desta Câmara, nós tivemos algum resultado semelhante. Quero saber se esta Casa já rejeitou" in-totum ", um Orçamento para fazer valer o Orçamento anterior.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai solicitar a Assessoria que faça esta pesquisa e responderá oportunamente.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA (Questão de Ordem): Solicitaria a V. Exa, se possível, porque eu não quero cometer um erro no meu voto, que interrompa a Sessão, a fim de aguardarmos a resposta do Requerimento do Ver. José Valdir, para que eu possa votar certo. Eu não quero cometer erro. Aguardo a resposta da sua Assessoria, que é competente, para que eu possa votar.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai responder o Requerimento do Ver. José Valdir oportunamente, não neste momento, porque é impossível. E agora há um Requerimento do Ver. Fernando Záchia pedindo para suspender a Sessão, para que aguardemos a informação. Eu de antemão, esclareço que essa informação não teria condições de ser dada hoje.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES (Questão de Ordem): Eu gostaria, apenas para colaborar, dizer que, durante o período em que estou na Câmara - já na 5ª Legislatura- , não tenho conhecimento de ter sido rejeitado o Orçamento.

 

O SR. PRESIDENTE: Pedimos vênia ao Ver. Hélio Corbellini porque houve uma espécie de atropelo, com relação ao assunto. Nós estamos em período de encaminhamento de uma votação. Escutamos duas Questões de Ordem e havia um inscrito para encaminhar a votação de um Projeto. Logo não podemos interromper a votação para fazer outra votação e pedimos escusas a V. Exa. por esse engano. A sua palavra está assegurada para logo após o encaminhamento do último inscrito e aí vamos verificar a possibilidade de votar ou não este Requerimento antes da votação.

 O Ver. Hélio Corbellini está com a palavra para encaminhar, o PLE 044/97.

 

O SR. HÉLIO CORBELLINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, se houve ou não antecedentes de anulação e de negação de algum projeto, não significa, a rigor, que não haja a primeira vez. Mas não é essa a reflexão que quero que os Srs. Vereadores façam. Mesmo que a lei permita isso, certamente ela não vai fazer com que o Executivo consiga fazer o que é impossível. O que é impossível? Certamente o Orçamento do ano passado tinha - fui diretor do DEMHAB e tenho quase certeza disso - muitos fundos de financiamento do Governo Federal e do Governo do Estado. Se nós tivermos a pretensão de querer fazer valer aquele Orçamento, é exigir que o Executivo vá buscar o que é impossível de ser buscado, no caso, aqueles mesmos recursos para aqueles mesmos projetos. É uma questão muito simples, pode servir para polêmica política, e já serviu. Vamos à votação, e o PSB encaminha favorável ao orçamento do DEMHAB. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o meu trabalho de encaminhar em nome da Bancada do PT ficou facilitado, tanto pelo encaminhamento do Ver. Elói Guimarães quanto pelo do Ver. Hélio Corbellini. O orçamento de 1997 do DEMHAB é cerca de 38 milhões de reais. O previsto para 1998 é 31,2 milhões de reais, mais baixo naturalmente. O Orçamento que está vigendo é resultado de inúmeras operações de crédito que a permitiram que chegássemos a esse valor, operações de crédito que não existem para o ano de 9198. Portanto, nós ficaríamos numa situação difícil de resolver porque teríamos o orçamento de 38 milhões sem os recursos para realizá-lo. Isso é uma situação impossível de equacionar de forma adequada.

Portanto, é uma proposta difícil e impossível de ser encaminhada. O que lamentável é que são 19h40min e, depois de várias horas discutindo outros assuntos, nós não tenhamos a possibilidade de ter quórum pleno para discutir na Sessão uma questão da mais alta importância para o Município, que é o seu Orçamento. O apelo que a Bancada dos Trabalhadores faz é no sentido de que consigamos votar esse Processo, votar favoravelmente porque a alternativa proposta pelo Ver. Luiz Braz é uma alternativa impossível de ser executada pelas razões que eu, o Ver. Elói Guimarães e o Ver. Hélio Corbellini expusemos. É impossível votarmos um Orçamento com valor sem tocarmos exatamente no que o torna possível de ser executado, isto é, a Receita. Eu quero lembrar ao Ver. Luiz Braz que esse argumento depõe contra um outro argumento anterior que é o de ser contrário a um Projeto que aumenta a outra ponta do Orçamento, que é a arrecadação, o Projeto que trata dos recursos do IPTU. Ou seja, é impossível não aumentarmos a arrecadação ou a diminuirmos e aumentarmos o gasto, porque essa equação ainda não foi inventada.

É neste sentido que faço o encaminhamento, em nome da Bancada do PT: devemos votar favoravelmente, porque essa solução seria a pior possível, uma solução que não nos dá a possibilidade de tornarmos o Orçamento adequado.

Portanto, é importante que os Vereadores e Vereadoras de todas as Bancadas, cientes disso, saibamos que não só é para votar favoravelmente, mas que estamos começando a criar uma situação muito difícil, porque sexta-feira próxima é a última sessão legal para votarmos o Orçamento. A Pauta está andando a passos de tartaruga e eu já solicito à Mesa e às demais lideranças que nós possamos pensar numa Sessão Extraordinária para amanhã a fim de resolvermos essa questão. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Queremos dar a informação de que a partir de 1990 não houve nenhum caso de rejeição total do Orçamento. Antes disso é impossível saber, porque não havia o computador, poderia ser feita a pesquisa, mas não hoje, pois demoraria algum tempo.

 

O SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem): Sr. Presidente, diante das informações e para que o meu Requerimento não sirva de pretexto, estou retirando-o. Estou satisfeito. Muito obrigado.

 

O SR. PEDRO RUAS (Requerimento): Sr. Presidente, quero pedir votação nominal.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa colocará em votação este Projeto, mas antes há a necessidade de reunirmos as Lideranças para nós estabelecermos a proposta sobre a realização de uma Sessão Extraordinária amanhã. Não há como explicarmos à sociedade gaúcha que não vamos ter tempo de votar o Orçamento.

Peço vênia aos Senhores Vereadores para votarmos este Projeto e, logo a seguir, fazermos uma reunião para verificar da possibilidade de deixar convocada, hoje, uma Sessão Extraordinária para amanhã, às 14 horas, quando votaremos a seqüência da Pauta de hoje.

 

O SR. HÉLIO CORBELLINI (Questão de Ordem): O art. 121, parágrafo 7, da Lei Orgânica diz bem claro: " Os projetos de lei que trata o parágrafo anterior deveram ser encaminhados para sanção nos seguintes prazos", isso significa, no nosso entender, que projeto rejeitado não vai à sanção. Esta proposta é inorgânica, inexiste a polêmica.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa lembra que está em processo de votação escutando Questões de Ordem que digam respeito à votação.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Para contraditar a Questão de Ordem do Ver. Hélio Coberllini, então não seriam submetidas as matérias orçamentárias à discussão e votação dos senhores Vereadores. Pelo raciocínio desenvolvido pelo Ver. Hélio Coberllini, não se pode rejeitar Orçamento. Não estou advogando que se rejeite ou não, eu quero preservar uma prerrogativa da Câmara dos Vereadores. Seria uma palhaçada estarmos uma tarde inteira discutindo uma matéria que não temos o direito de rejeitar se entendêssemos de fazê-lo. Com esse raciocínio, concluímos que não há necessidade de discussão, não há necessidade de encaminhamento, muito menos de votação.

 

O SR. PRESIDENTE: A mesa coloca em votação o Projeto que já foi discutido e encaminhado.

   Em votação nominal, por solicitação do Ver Pedro Ruas. (Após à chamada) Por 16 votos SIM. Mais a presença deste Presidente, que não vota, está APROVADO o PLE nº 044/97.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 3037/97 -  PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 045/97, que estima a Receita e fixa a Despesa do Departamento Municipal de Limpeza Urbana - DMLU para o exercício econômico-financeiro de 1998.

 

Parecer

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- o Projeto será votado com as Emendas com Parecer pela aprovação, nos termos do Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- para a votação em separado de Emenda com Parecer pela aprovação ou rejeição, será necessário requerimento nesse sentido, subscrito por um terço dos membros da Casa - Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- somente Emendas subscritas pela maioria dos membros da CEFOR são admitidas nesta fase (Art. 120, Parágrafo único, do Regimento);

- “quorum” para aprovação: maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores - Art. 53, “caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. O Ver. Adeli Sell está com a palavra, para discutir.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr. Secretário, Srs. Vereadores. Nós estamos discutindo o Orçamento do nosso Departamento Municipal de Limpeza Urbana. É um Departamento essencial para a nossa Cidade. Nós tratamos, agora, de um Orçamento que vai dar as condições para que Porto Alegre continue sendo uma cidade símbolo, uma cidade na qual nós estamos vendo a limpeza, nós estamos vendo o recolhimento de lixo reciclável, onde várias Associações, Grupos, possam, inclusive, sobreviver daquele trabalho, daquilo que para muitas pessoas é resto, coisa que para nada serve.

A nossa administração precisa desses recursos apontados neste Orçamento para dar continuidade a este bom trabalho. Inclusive, estamos em uma discussão ainda neste ano sobre suplementação de verbas para o nosso Departamento Municipal de Limpeza Urbana.

É importante que aprovemos esse Projeto de Lei, porque temos para o próximo ano essa importante tarefa de dar continuidade a esse serviço público para que a qualidade dos nossos serviços sejam mantidas e para que o nosso trabalho possa continuar. Por isso apelo pela aprovação deste Orçamento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PEDRO RUAS (Esclarecimento): Eu acho que por equívoco deste Vereador, não tenho certeza, Sr. Presidente, quantas Emendas nós temos neste Projeto ou se não há nenhuma Emenda. Tinha uma informação anterior, dentro da nossa Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, de que teríamos Emendas. Até peço desculpas à Mesa, talvez seja um equívoco nosso ou deste Vereador. Gostaria que a Diretoria Legislativa esclarecesse.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa vai verificar. Trata-se do Presidente da CEFOR que solicitou um esclarecimento importante. A Mesa pede vênia. Conclusão na resposta ao Vereador Pedro Ruas que este Projeto, assim como os projetos do DEMHAB e do DMAE, não têm emendas. O próximo projeto que está previsto na ordem dos trabalhos, o da FESC, tem uma emenda apenas.

Solicitamos ao 1º Secretário o resultado da votação.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal por solicitação do Ver. Clovis Ilgenfritz. (Após a chamada.) 16 votos SIM, mais a presença do Presidente, que não vota, mas há quórum necessário. APROVADO o PLE nº 45/97, que estabelece o Orçamento para o DMLU.

 

O SR. PEDRO RUAS: Só para informar que fiquei satisfeito com a resposta da Diretoria Legislativa, a confusão nossa era porque no Projeto seguinte, o da FESC, havia emendas. Obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa convoca todos os Srs. Vereadores para uma Sessão Extraordinária, amanhã, dia 27 de novembro, às 14 horas, para concluir os trabalhos iniciados hoje.

Não havendo mais quórum, encerramos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 20h. )

 

* * * * *